altonoticias

 PENDÊNCIAS

Problema no rio se estende há 80 dias

Próximo de completar 80 dias da destruição dos barramentos na foz do rio Piranhas/Açu, dentro do município de Pendências, e nenhuma providência ainda foi tomada. O prefeito Ivan Padilha continua esperando liberação da Agência Nacional das Águas (ANA) para que possa refazer as barragens provisórias enquanto não consegue recursos para o projeto definitivo. Ontem, um de seus assessores informou que toda a papelada necessária foi deixada em Brasília e a Prefeitura espera um posicionamento.

No município, o avanço do mar sobre o rio Açu, provocado pela ausência das barreiras de contensão, continua causando transtorno e prejudicando pelo menos 700 pessoas em duas comunidades. O mar tem salinizado a água do rio, na foz, comprometendo o abastecimento humano.

Segundo a vereadora Tácia Liane, que também é produtora de camarão, os últimos testes apontam que a água do rio na comunidade de Porto do Carão alcançou o índice de 25 partes por milhão (ppm), o que torna a água insalubre para o consumo e atividades domésticas. O problema também foi registrado na lagoa de captação da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte. De acordo com ela, a água que vai para tratamento subiu de 7 ppm para 12 ppm.

Tácia alerta que se não houver uma contensão do mar, a água poderá ficar ainda mais salgada, podendo deixar três municípios sem água. Isso porque há poucos metros de onde é retirada a água de Pendências, também é captada a água que abastece Macau e Guamaré, aproveitando o antigo sistema da Alcanorte - indústria de produção de barrilha desativada. "Quanto mais tempo o rio permanece vazio, mais o problema aumenta", alerta.

Outro problema é o assoreamento. Na altura da estrada do camarão, que também teve uma parte destruída, na área que atravessava o rio, a travessia só pode ser feita de canoa, no entanto, mais à montante do rio, os moradores já atravessam a pé. "Ontem, meus funcionários encontraram siris na minha fazenda de água doce, onde são criados os camarões", disse Tácia, explicando que isso só acontece devido o avanço do mar.

Por mais grave que seja o impacto ambiental, a vereadora conta que a ANA lhe enviou correspondência eletrônica dizendo que "entende a calamidade, mas reclama da irresponsabilidade do governo que se comprometeu, em 2008, na implantação dos barramentos definitivos". "A KL Engenharia fez esse projeto que está nas mãos da Prefeitura desde 2009, mas nada avançou até agora", reclamou.

Na segunda-feira, 18, os vereadores irão se reunir para discutir a possibilidade de realizar uma mobilização no município, cobrando das autoridades - municipal e estadual - uma resolução. Esta movimentação deveria ter acontecido há duas semanas, mas os vereadores acabaram desistindo da ideia.

 

Fonte: Defato.com