REFLEXÃO
Quem gosta do fracasso?
A criação e educação dos homens que estão hoje no poder na política, nas empresas, na comunidade – pessoas na faixa etária dos 40 aos 60 anos – foram feitas para não conhecer o fracasso.
“Homem que é homem não chora”; “homem não leva desaforo pra casa”; “quem bater leva”, etc, etc. Lembram-se? Era assim a essência da nossa criação doméstica. O que isso originou? Pessoas fechadas a outro tipo de linguagem, duras de coração, culturalmente pré-estabelecidas a sempre levar vantagens e avessas ao risco.
Essa geração prima por buscar a segurança, a tranqüilidade de uma vida assentada em parâmetros que giram em torno de regularidade. E o que significa regularidade? Vem de regular, “referente a regra, disposto simetricamente, que tem lados e ângulos iguais” entre outros significados.
Vamos agora olhar ao nosso redor. A realidade que nos cerca nos traz regularidade, segurança? De jeito nenhum. Estamos rodeados de dificuldades por todos os lados.
Então, porque nossos pais e educadores não nos treinaram para o enfrentamento de adversidades, ao invés de nos dotarem de uma capacidade sem igual de gerarmos medo, traumas, egoísmo, individualismo e violência? O negócio é atingirmos um estilo de vida que nos garanta conforto, sucesso, bem-estar.
Das pessoas que alcançam este patamar diz-se “serem pessoas bem sucedidas”. Será que são? “É, fulano é um cara bem sucedido” afirma-se, apontando-se para aquele que tem um bom lugar para morar, um bom emprego, carro do ano (de preferência importado), celular e roupas de grife, etc, etc. E a que custo? Essa cultura nos levou a sermos pessoas desprendidas, corajosas, risonhas, solidárias, bem postadas interiormente?
Nada a criticar das pessoas que são bem aquinhoadas materialmente. Mas, será que a vida é simplesmente isso? Com a criação que recebemos – inclusive nas escolas – nos estruturaram para sermos óbvios, retilíneos, com lados e ângulos iguais, dispostos simetricamente.
Sem estrutura interior para topar o risco, enfrentar a escuridão e encarar o caos do dia-a-dia. Por sinal, enfrentar o dia-a-dia com coragem é onde está o verdadeiro sabor da vida. Pense agora: qual é a grande barreira da sua vida? Falar em público ou plantar e colher relacionamentos pessoais e profissionais? Pense!
Está na hora de vencermos as nossas próprias limitações. O que você acha que não sabe fazer – faça. O que você acha que não pode fazer – faça. O que dizem que você é incapaz de fazer prove o contrário às pessoas e a você mesmo. Está na hora de desafiarmos o imenso potencial que temos dentro de nós. Qual a sua deficiência? Estabeleça-a para você sincera e honestamente e lute para vencê-la.
Se o fracasso vier, tente novamente. Não desista. A recompensa virá de você para você mesmo. Já se imaginou rompendo barreiras no seu dia-a-dia e na alegria que surgirá do seu interior? Já pensou na onda interior de realização, você dizendo a você mesmo: eu consegui, eu venci?
Aprenda a desafiar o caos, a escuridão, a incerteza, a dúvida. Onde está a escuridão da sua vida? No medo do amanhã? No teste para o futuro emprego? No enfrentar a sogra? O auditório lotado? A síndrome da segunda-feira? O receio da traição? Sabe por que você pode desafiar a escuridão, o caos? Porque você foi dotado para isso! Você foi projetado para ser um vencedor. Analise as possibilidades infinitas de seu cérebro. Sinta a capacidade enorme de percepção que tem no seu olhar.
Veja a potencialidade da sua “máquina corporal”. A enormidade de alternativas e respostas que seu cérebro tem a lhe oferecer. “E o fracasso, se ocorrer”? Você me pergunta. Tente de novo. Se posicione diferente, busque, procure. Você vai começar a experimentar, mesmo que de leve, o sabor indescritível e legítimo de vitória, aquele sentimento de esperança surgindo, brotando de dentro de você. Você é capaz de coisas maravilhosas. Quer apostar?
Públio José, jornalista.
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