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sábado, 7 de janeiro de 2012

BRASIL

Micro e pequenas devem ganhar com aumento do salário

O aumento de 14% do salário mínimo deve injetar R$ 47 bilhões na economia brasileira, segundo projeção feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os micro e pequenos negócios devem ser diretamente beneficiados com o aumento do dinheiro em circulação. 
 
Segundo o Dieese, 48 milhões de pessoas têm sua renda vinculada ao valor do salário mínimo e, portanto, serão diretamente favorecidas com o reajuste que elevou de R$ 545, válido até dezembro, para R$ 622, valor que entrou em vigor neste ano. Os R$ 77 a mais que os trabalhadores e aposentados vão receber a partir deste mês devem ir direto para o consumo. 

A expectativa é que este dinheiro seja gasto principalmente em comércios próximos à área de moradia das pessoas que recebem o mínimo, o que eleva a possibilidade de que as compras sejam feitas em micro e pequenos negócios. 

“A propensão destes R$ 47 bilhões irem para o consumo é de quase 100%. Para quem ganha um, dois ou três salários mínimos, há muito pouco espaço para investimentos. Essas pessoas vão comprar perto de suas casas, para não terem de gastar com transportes”, analisa o economista do Dieese Ilmar Ferreira. 

Para o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto, os pequenos empresários devem buscar capacitação para aproveitar esse bom momento da economia brasileira. “O aumento da renda é um incentivo natural aos negócios, mas faz crescer também a concorrência. Então aqueles empreendedores que buscam a inovação e uma gestão mais profissionalizada ampliam suas oportunidades”, afirma. 

A expectativa é que a maior parte dos gastos se destine à alimentação, que consome cerca de 40% da renda de quem ganha em torno de um salário mínimo, segundo Ilmar. O empresário Martinho José Pimenta, dono de um mercado de pequeno porte em Ceilândia, cidade do Distrito Federal, espera um movimento maior em suas vendas. 

“Prevejo aumento das vendas porque vai ter mais dinheiro na praça. Aqui perto há muita gente com salário atrelado ao mínimo e, com certeza, essas pessoas vão consumir mais alimentos”, afirma Martinho. 

Segundo ele, reajustes no salário abrem espaços para as pessoas consumirem bens que não são considerados básicos, como iogurte ou refrigerante.

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