NATAL
Muriu Mesquita estreia blog com histórias sobre Marinho Chagas.
No ar, mais um blogueiro/jornalista, trata-se de um dos ícones do jornalismo esportivo do estado. Muriu Mesquita estreiou seu blog (muriumesquita.com.br) com uma super matéria sobre Marinho Chagas, na verdade, Muriu conta como foi alegre, um dos passeios que fez para o Seridó, com a ilustre presença de Marinho Chagas, acompanhe.
Caicó (RN), domingo de sol, cerveja e prosa futebolística. Pela estrada a fora, seguíamos rumo a região do Seridó potiguar, com destino a sede Social do glorioso Corintians de Caicó, campeão estadual de futebol do Rio Grande do Norte em 2001. Em um carro de passeio apertado, viajávamos eu, o cinegrafista Gilmar Santos, o jornalista Luciano Jr., e o folclórico natalense Marinho Chagas, ex-seleção brasileira e melhor lateral da Copa de 74.
Na chegada, Marinho Chagas, “A Bruxa”, foi ovacionado pelos torcedores do galo seridoense, enquanto a nossa equipe trabalhava na cobertura da apresentação dos jogadores contratados para a temporada que estava por vir. Durante os 270 km de viagem, Marinho havia nos brindado com uma trilha sonora de sua predileção, na voz romântica de Agepê. Já na área de lazer do Corintians, degustamos a tradicional feijoada, que era animada por um afinado conjunto musical local. Esses eventos, conhecidos como “Feijoadas Dançantes”, retratam perfeitamente a alegria e simplicidade do povo nordestino.
Eis, que de improviso, a nossa equipe de reportagem rouba parte da cena e se transfigura em uma banda com repertório eclético, o que despertou a atenção do público caicoense. Com a formação musical composta por Luciano Jr. (voz e violão), Gilmar Santos (Bateria) e Marinho Chagas (segunda voz), só me restou assumir o papel de cinegrafista e registrar aquele momento histórico.
Por um capricho da tecnologia, as imagens se perderam posteriormente. A apoteose se deu quando Luciano entoou a canção “Você”, de Tim Maia, momento em que Marinho Chagas o acompanhou na cantoria e demonstrou uma sensibilidade ingênua e espirituosa, indiferente e superior a qualquer técnica musical. Apresentaram-se com graça e o povo aplaudiu de pé.
Terminado o baile, Marinho se auto-proclamou o líder do grupo: “porque, de nós quatro, sou o único eleito melhor do mundo”, justificou de modo racional. No comando, a “Bruxa” demonstrava experiência e conseguiu driblar a malandragem do companheiro de jornada Luciano Jr., que pretendia “tomar umas e outras e cair no passo”. Pé na estrada! Ainda paramos em alguns botecos à margem da rodovia para uns petiscos e goles de cerva.
Reunidos à mesa, Marinho nos surpreendeu com um pedido exótico a garçonete: “Minha linda, traga alho cru em um pratinho, que faz bem pra minha saúde”. Depois de ingerir alguns dentes de alho in natura fatiados, “A Bruxa” comandou o retorno até Natal no papel de co-piloto do cinegrafista Gilmar Santos. A todo instante, Marinho destilava bom humor e provocava gargalhadas com cobranças ao pé do ouvido do motorista.
Ele exigia mais velocidade e ousadia na direção, características remanescentes do craque que foi no passado. No toca Cd do carro, Agepê ditava o clima de final de festa, com um repeteco do refrão clássico: “Me leva! Oh, vento me leva pra ela! (…)”
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