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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

MÚSICA

"O público não me impõe nada, apenas pede", comenta Zeca Baleiro para o DN
  (Carlos Moura/CB/D.A Press. Brasil)

Há quem ache Zeca Baleiro o último dos poetas da MPB. Ele rejeita o rótulo. Ou os rótulos: de poeta e de pertencer à MPB. Aliás, rejeita rótulos em geral: "prefiro ser Zeca Baleiro". Se o maranhense é MPB, é rock ou poeta - ou as três coisas juntas -, o público confere neste sábado no palco do Teatro Riachuelo. Fato é que Zeca Baleiro transita com propriedade no metiê da indústria fonográfica e é bem aceito no universo independente. E tira onda com todos. O título do novo trabalho se chama Disco do Ano - mais uma ironia contra as "eleições da mídia". Sua essência é a independência, mesmo sob a guarda de uma mega gravadora. Este é Zeca Baleiro: um cara indefinível.

Há exato um ano perguntei se você se situaria no meio do caminho entre a música independente e o mercado fonográfico, já que seu trabalho é bem aceito nos dois mercados. Você respondeu que sim, mas que não recusaria convite para um projeto sedutor da grande indústria. Hoje você trabalha a divulgação de um álbum pela Som Livre. Você teve total independência ou precisou acatar imposições da gravadora?
Sim, tive total independência, ninguém me impôs nada. Só aceitei por isso. E porque achei que agora seria um momento oportuno pra fazer esse projeto.

E imposições do público que você desgosta? Você precisará cantar Lenha neste show?
O público não me impõe nada, apenas pede (risos). Esse show é muito baseado no repertório do novo CD. Toco bastante coisa nova. "Lenha" deixo pra shows mais populares, em locais abertos etc.

O título Disco do Ano ironiza nuances do mercado fonográfico ou premiações de música? Qual o intento do título?
Questionar as "eleições" da mídia.

Seus álbuns já misturam vários ritmos. Mas neste novo foram 15 produtores para trabalhar 12 faixas do disco. A ideia foi "desconceituar" ainda mais o álbum?
Na real a ideia foi tornar o disco multicolorido, cheio de nuances sonoras. Acho que consegui.

Você rejeita rótulos, sobretudo da tropicália ou mesmo de MPB. Mas algum som prevalece em sua música. Seria o regionalismo poético de Belchior, a postação de voz de Itamar Assumpção, um que de brega tipo Márcio Greick, uma revolta roqueira tipo Cazuza, um pop beat?
Gosto de todos esses caras que você citou aí (risos). Sinto-me feliz de estar associado a qualquer um deles, porque todos têm alguma importância e influência sobre a música que faço. Mas prefiro que nenhum som prevaleça na minha música. E prefiro continuar a ser eu mesmo (risos).

Uma de suas primeiras aparições na mídia se deu no especial de Gal na MTV. Há gratidão à MTV ou rejeição diante da programação deveras comercial?
Há gratidão a Gal, imensa e eterna. A MTV mudou demais de lá atéhoje, e descaracterizou a sua proposta inicial. Mal assisto hoje em dia.

Quem você destacaria no atual cenário da música brasileira, entre velhas e novas gerações?
Vixe, tem muita gente boa que não tá debaixo dos grandes holofotes: Wado, Vanessa Bumagny, Andreia Dias, Rodrigo Bittencourt, a cantora potiguar Khrystal, de voz especialíssima... Muita gente.

Para quem você pagaria uma estadia nos Lençois Maranhenses: Caetano ou Luciano Huck?
Pagaria pra Angelina Jolie. E iria junto (risos).

Expectativas diferentes para este segundo show no Teatro Riachuelo?
Este show é muito especial pra mim, o público de Natal sempre nos recebeu com calor e o Riachuelo é um lindo teatro. Espero que a conjunção disso tudo resulte numa grande noite.

Serviço

Show de Zeca Baleiro

Onde: Teatro Riachuelo (Midway)
Data e hora: sábado, às 21h (abertura das portas às 20h)
Ingresso: R$ 120 e R$ 60 (meia)
Site: www.ingresso.com
Televendas: 4003-2330

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