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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

CEARÁ

Jornalista do CE é agredido por militante de candidato e vai ao ar com rosto ensanguentado
 
 
No último domingo (16/9), um repórter foi agredido em Quixadá (CE). Wal Alencar, do Sistema Monólitos de Comunicação, levou seis pontos no rosto e ficará afastado de suas funções por cerca de 30 dias, informou a  Folha de S.Paulo. Segundo a publicação, o autor da agressão foi Jacson Cabral, coordenador da campanha de Ilário Marques, candidato do PT na cidade.

Na tarde de ontem (terça-feira 18/9), o investigador do caso, Alex Pimentel, e o candidato do PT na cidade, Ilário Marques, retornaram os contatos de IMPRENSA e deram suas versões dos fatos.

Denúncia
Alencar fazia reportagem sobre uma manifestação em frente a uma escola municipal na periferia da cidade após uma denúncia de que ali ocorria uma reunião partidária, o que é proibido pela lei eleitoral, uma vez que o prédio é público. No entanto, à IMPRENSA, Pimentel e Marques, confirmaram que a escola recebeu uma festa infantil, nada além disso.

Ainda segundo o investigador e o candidato, Cabral, acusado de ter cometido a agressão, não é assessor nem coordenador de campanha do candidato, mas apenas um militante voluntário em sua campanha. Cabral foi preso em flagrante por lesão corporal grave, mas liberado 24h depois após obter habeas corpus e pagar fiança. 


Perseguição política

Marques explicou à IMPRENSA que antes da festa infantil esteve em uma missa junto com sua família, local onde começou a receber "assédio" dos militantes de um dos candidatos opositores. Já na escola, a militância e o assédio foram intensificados, com tentativa, inclusive, de invadir o local.

Com simpatizantes dos dois candidatos chegando à escola a confusão aumentou. "Com o pretexto da reportagem, o repórter foi até lá só para insuflar o tumulto. Ele ainda chegou com o carro todo adesivado da campanha do adversário", alegou. De acordo com o candidato, o repórter trabalha para uma rádio e também para campanha do adversário.


Ainda segundo o candidato, a polícia foi chamada para conter a confusão, entrou na escola e se certificou não havia nada relacionado à campanha eleitoral no local. Marques afirmou que ao sair, militantes de seu partido tentaram protegê-lo enquanto os de oposição tentavam agredir a ele e sua família. "Eu fui para um lado e minha família para outro. Tentaram agredir minha família, e o Jacson os protegeu". Nessa hora, segundo ele, aconteceu o confronto direto entre os militantes.  


Marques disse que viu alguns vídeos pelo celular, mas que não viu nada de soco. Segundo ele, o repórter foi "vítima de um arranhão no rosto no meio de tumulto em que estava como apoiador da campanha adversária".

"Sou contra qualquer tipo de violência, sempre fui. Para mim foi deplorável a provocação que gerou o tumulto. Sou vítima de agressões diariamente. O repórter insuflou o tumulto", finalizou

Jéssica Oliveira

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