RELIGIÃO
Fiéis católicos celebram Padroeira do Brasil em Santuário no interior do RN
Procissão de Nossa Senhora Aparecida em Santa Cruz, RN (Foto: Ricardo Araújo/G1)
O dia dedicado à padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, foi comemorado no interior do Rio Grande do Norte
com missas e celebrações especiais. Em Santa Cruz, município da região
Agreste, distante 111 quilômetros de Natal, procissões e romarias
marcaram as homenagens à Nossa Senhora Aparecida.
Na cidade, foi
construída a maior estátua cristã do mundo, a de Santa Rita de Cássia,
com 56 metros de altura. A imagem é mais alta que o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e a Estátua da Liberdade, nos Estados Unidos.
A ligação entre Nossa Senhora Aparecida e Santa Rita de Cássia no
interior potiguar, se dá pelo fato de que o Santuário foi instituído no
dia 12 de outubro de 2010, pelo ex-arcebispo emérito da Arquidiocese de Natal,
Dom Matias Patrício de Macêdo.
Oficialmente, o dia de Santa Rita de
Cássia é comemorado no mês de maio. Na manhã desta sexta-feira (12), em
torno de cinco mil fiéis assistiram à missa celebrada pelo pároco e
reitor do Santuário, Vicente Fernandes. Os católicos agradeciam às
graças alcançadas e demonstravam fé de várias maneiras.
Geovana Fernandes mostra cicatriz do tiro quesofreu em 2011 (Foto: Ricardo Araújo/G1)
Um grupo de moradores da cidade de Macaíba,
na Região Metropolitana de Natal, percorreu 110 quilômetros a pé para
agradecer à Santa Rita de Cássia os pedidos atendidos. A adolescente
Geovana Fernandes, de 16 anos, era uma delas. Há exatamente um ano,
Geovana foi vítima de um tiro de revólver calibre 38.
A tentativa de
homicídio foi praticada pelo ex-namorado da garota, inconformado pelo
fim do relacionamento. O disparo atingiu a testa de Geovana, entrando
pelo lado esquerdo e saindo pelo direito.
"Ela perdeu 2% da massa encefálica e ficou com 79,9% da pólvora da bala
espalhada pelo cérebro", disse Simone Fernandes, mãe da adolescente.
Geovana e alguns familiares foram ao Santuário agradecer pela vida após o
atentado. Ela passou 15 dias em coma, até iniciar o processo de
recuperação. Como sequela do tiro, Geovana ficou com alterações de
humor, lapsos de memória, crises convulsivas e perda da cobertura óssea
cerebral. "Eu vim agradecer porque estou viva. Eu sobrevivi", enfatizou
Geovana.
Além das romarias, alguns fiéis acompanharam a procissão e a missa com
objetos que representam alguma conquista em suas vidas. Muitos deles
acenderam velas e depositaram ex-votos, que são placas com inscrições,
figuras esculpidas em madeira, parafina ou cera, muitas vezes
representando partes do corpo que estavam doentes e foram curadas pela
força da devoção a algum santo.
O Santuário de Santa Rita de Cássia
O reitor do Santuário, padre Vicente Fernandes, explicou que a ideia da
construção da imagem surgiu em 2006, quando o antigo pároco da cidade,
Aerton Sales, percebeu que a festa de Santa Rita de Cássia movimentava
um grande público. A Igreja Católica dispunha de um terreno com um
monte, no qual a imagem se destacaria e poderia ser vista de longe. A
Prefeitura do Município acolheu a ideia do pároco e viabilizou a
captação de recursos nos âmbitos federal e estadual.
Palma e cruz são símbolos de Santa RIta de Cássia (Foto: Ricardo Araújo/G1)
Orçada em R$ 6 milhões, a estátua foi construída com recursos do
Ministério do Turismo, com contrapartida do Governo do Estado e da
Prefeitura de Santa Cruz.
O terreno no qual o monumento foi erguido, pertence à Igreja Católica e
é conhecido coom Fazenda Alegre. Antes da construção do Santuário, o
local já era destino de fiéis em peregrinação.
De acordo com o pároco Vicente Fernandes, o projeto da estátua é do
arquiteto Alexandre Azedo. Ele é responsável por outras esculturas
religiosas, como o Padre Cícero em Guarabira, na Paraíba. No Agreste
potiguar, os 56 metros da estátua de Santa Rita de Cássia cortam o céu,
imponente, encravada no solo semi-árido.
"O Santuário mudou a rotina da cidade de Santa Cruz. Hoje há uma
intensa movimentação turística, com o turismo religioso. Foram
construídos restaurantes e pousadas. Os ambulantes se empenharam mais na
prestação de serviços. Foi um divisor de águas para a cidade", afirmou o
pároco Vicente Fernandes.
Os símbolos de Santa Rita de Cássia
Detalhes da estátua são considerados perfeitos pela Igreja Católica (Foto: Ricardo Araújo/G1)
A imagem de Santa Rita de Cássia, em Santa Cruz, é considerada perfeita
pela Igreja Católica. Os detalhes, segundo o pároco Vicente Fernandes,
foram esculpidos com precisão. O padre explicou que os símbolos
carregados pela santa remetem à sua história de vida.
"A cruz representa
a adoração pelo Cristo crucificado. Já a palma significa o milagre das
rosas", explicou Vicente Fernandes.
Na entrada do Santuário, foram construídos um sino e uma cruz. De
acordo com a lenda de Santa Rita de Cássia, os sinos da cidade de
Rocaporena, na Itália, se dobraram sozinhos com a entrada de Rita no
monastério agostiniano e com a morte dela, no inverno. Em Santa Cruz,
cada fiel que chega ao monumento toca o sino três vezes, como uma forma
de manter viva a memória da santa.
Rita de Cássia é denominada a santa das causas impossíveis, pela
história de devoção e entrega ao amor de Deus. Ela foi responsável pela
conversão do seu marido ao catolicismo e desapego dos bens materiais.
A
santa foi seguidora do sofrimento de Cristo e, durante 15 anos, carregou
um espinho da coroa de Cristo em sua testa. O sofrimento e o odor da
chaga afastavam as pessoas.
No leito de morte, Rita pediu a uma de suas parentes que fosse a um
jardim brotar rosas vermelhas. Era inverno e os familiares afirmavam que
não seria possível colher rosas no jardim. Rita insistiu e quando sua
prima chegou ao jardim, milhares de rosas brotaram.
G1RN
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