ECONOMIA
Endividamento das famílias bate recorde em agosto, revela Banco Central
Apesar da queda dos juros nos últimos meses, as famílias
brasileiras continuam comprometendo cada vez mais parte da renda com as
dívidas. Segundo dados do Banco Central (BC), o endividamento dos
brasileiros voltou a bater recorde.
Em agosto, conforme os números mais
recentes, a dívida total das famílias equivalia a 44,46% da renda
acumulada nos últimos 12 meses. O percentual é o maior desde 2005,
quando o BC começou a fazer o levantamento.
Em julho, os brasileiros comprometiam 44,04% em dívidas. Esse
percentual é calculado ao dividir o saldo remanescente das dívidas pela
renda em 12 meses. Apenas nos oito primeiros meses do ano, a fatia da
renda que representa o endividamento subiu 1,81 ponto percentual. Em
janeiro, os brasileiros deviam, em média, 42,75% da renda.
A parcela da renda familiar com o serviço da dívida também bateu
recorde e atingiu 22,36% em agosto, repetindo o recorde registrado em
junho. Esse número compara a renda mensal das famílias com o valor das
prestações, que embutem as amortizações (pagamento do principal da
dívida) e os juros.
Influenciada pela redução dos juros no sistema financeiro desde o
início do ano, a fatia da renda usada para o pagamento de juros e
encargos encerrou agosto em 7,87% da renda mensal. O percentual é um
pouco maior que os 7,82% registrados em julho, mas está abaixo do
recorde de 8,13% observado em janeiro.
O grande responsável pelo aumento do serviço da dívida foi o
pagamento de amortizações, que representou 14,48% dos ganhos das
famílias em agosto. Foi o maior percentual registrado na série
histórica.
O Banco Central faz o levantamento desde 2005. O nível de
endividamento, no entanto, é maior. Isso porque os números não incluem
as operações com cartão de crédito. Os dados sobre o endividamento são
apurados no sistema financeiro.
Para definir a renda das famílias, o BC
baseia-se na massa salarial ampliada disponível, indicador que
representa os rendimentos da população, descontados os impostos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário