ESTADO
Estudantes perdem Enem em Natal por causa de acidente entre veículos
Uma colisão entre três veículos provocou um longo engarrafamento na
Avenida Engenheiro Roberto Freire, zona Sul de Natal, duas horas antes
do início da aplicação das provas do Enem neste sábado (3).
Os
estudantes que seguiam em direção a três pontos de prova ao longo da
avenida tiveram que descer dos ônibus e automóveis e seguir correndo
para seus respectivos locais de provas. Muitos deles, porém, não
conseguiram chegar na hora marcada e perderam o Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem).
Em uma única universidade particular cedida para o
Ministério da Educação, pelo menos 150 candidatos foram excluídos do
Exame.
De acordo com o estudante Washington Bezerra, de 25 anos, a colisão
entre os veículos provocou um longo e demorado engarrafamento. "Nós
ficamos mais de uma hora presos no trânsito. Meus amigos e eu saímos
correndo, para não perder a prova. Mas não deu tempo. É frustrante",
afirmou o candidato que faria a prova no prédio de uma universidade
privada. Este seria o quarto Enem de Washington que iria concorrer a uma
vaga na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para o curso
de Medicina.
Poucos metros adiante, um grupo de aproximadamente 150 alunos
pressionava os seguranças de outra universidade particular a liberarem a
entrada. Todos eles se atrasaram em decorrência da batida entre os
carros. "É um absurdo. A gente se prepara o ano inteiro, sonha em entrar
na universidade e acontece isso. Eu saí de casa cedo, moro do outro
lado da cidade e fiz de tudo para chegar na hora e aconteceu o
acidente", lamentou o candidato Jackson Henrique, de 20 anos.
Os
policiais militares que fazem a segurança das provas e dos locais de
realização pediram reforço. Três viaturas e um grupo do Batalhão de
Operações Especiais (Bope) foram encaminhado ao local.
Diante do número de estudantes prejudicados, a organização do Enem no
estabelecimento permitiu que uma comissão de candidatos entrasse no
prédio para discutir a questão. Entretanto, a conversa foi mediada pela
major da Polícia Militar, Tereza Biorgio. "A organização nem veio falar
com a gente. É um descaso total", afirmou Jackson Henrique que fez parte
da comissão. Aos estudantes, a major orientou que eles procurassem seus
direitos junto aos órgãos competentes, como o Ministério Público
Estadual e o Tribunal de Justiça. "Infelizmente, eles perderam as
provas", asseverou a militar.
Indignados, os estudantes saíram em passeata e fecharam um dos trechos
da avenida que é uma das mais movimentadas de Natal. O candidato Jackson
Henrique afirmou que eles irão formar uma comissão para entrar com uma
ação conjunta na Justiça pedindo o cancelamento do Exame em Natal. Os
organizadores do Enem na capital potiguar não quiseram comentar o caso.
Os estudantes reclamaram que, além do horário da aplicação das provas
no Nordeste seguir o horário de verão, a organização do Enem não leva em
consideração o local de moradia dos candidatos. "Eu moro do outro lado
da cidade, na zona Norte. Me colocaram para fazer prova na zona Sul. A
organização deveria mapear os colégios mais próximos das residências dos
candidatos e distribuir melhor", sugeriu o estudante Washington
Bezerra.
Em outro local de provas em Natal, na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), pelo menos 50 pessoas também perderam as provas,
somente no Setor de Aulas II.
A UFRN tem cinco setores de aulas. Muitos
alunos reclamaram da demora na espera pelo transporte público e nos
pontos de engarrafamento nas principais vias da cidade. "A gente chegou
antes do horário da prova e fomos mal informados. Fomos para o Setor III
quando nossas provas eram no Setor II", disseram Jeferson Yuri e
Jéssica Caroline. Ambos realizariam o Enem pela primeira vez.
G1RN
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