NATAL
Suspenso parcialmente segredo de Justiça de operação que afastou prefeita de Natal
A pedido do Ministério Público do Rio Grande do Norte, o
Tribunal Estadual de Justiça suspendeu parcialmente o segredo de Justiça
do inquérito da Operação Assepsia, que resultou no afastamento de
Micarla de Sousa do cargo de prefeita de Natal, no último dia 30 de
outubro.
Para o Ministério Público (MP), a decisão do desembargador Amaury
Moura reforça a tese de envolvimento da prefeita em um esquema de desvio
de verba pública e corrupção na Secretaria Municipal de Saúde.
Com a suspensão do sigilo, estão autorizadas a divulgação das
petições e a decisão que resultou no afastamento de Micarla de Sousa. De
acordo com o MP, além da suspensão do sigilo, o desembargador do
tribunal também aceitou o pedido para que o inquérito seja enviado à
Câmara de Vereadores de Natal.
Conforme trechos do inquérito da Operação Assepsia, divulgados ontem
(7) depois da queda do sigilo, interceptac¸ões telefo^nicas revelam que
funcionários públicos da Secretaria de Saúde eram “acionados” por
pessoas próximas à prefeita para custear as despesas pessoais de Micarla
de Sousa.
No último dia 1º, o vice-prefeito, Paulinho Freire (PP), tomou posse
como prefeito de Natal. O pedido para afastamento de Micarla foi
apresentado em 11 de outubro pelo Ministério Público do Rio Grande do
Norte, sob argumento de que existem fortes indícios de envolvimento dela
nos fatos investigados pela Operação Assepsia.
Deflagrada em 27 de junho, a operação investiga fraudes na
contratação de organizações sociais para administrar unidades de saúde
em Natal. Posteriormente, os contratos foram anulados.
A defesa de Micarla de Sousa alega que ela não teve chance de se
defender e que os indícios que o Ministério Público alega ter encontrado
para atestar o envolvimento da ex-prefeita com o esquema são frágeis.
O
advogado da ex-prefeita, Paulo Lopo Saraiva, disse que vai pedir o fim
do sigilo processual para que a sociedade possa conhecer a verdade.
cdb
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