BRASIL
DF: campanha alerta sobre importância do preservativo feminino
Para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, lembrado
neste sábado, uma campanha da Secretaria de Saúde e da Secretaria da Mulher do
Distrito Federal (DF) quer alertar a população sobre a importância do uso do
preservativo, principalmente o feminino, como forma de evitar a contaminação
pelo vírus HIV.
Durante todo o dia, profissionais de saúde e voluntários
distribuem aos frequentadores do Parque da Cidade, camisinhas e folhetos
informativos sobre os meios de transmissão da doença e as formas de prevenção.
De acordo com a secretária da Mulher do DF, Olgamir
Amancia, é preciso desassociar a ideia do uso do preservativo à infidelidade
conjugal e reforçar a importância de as pessoas se cuidarem, independentemente
do gênero.
''Vivemos em cultura ainda machista, em que muitas vezes
é o homem que dita as regras nos relacionamentos. Com isso, muitas mulheres
acabam não pedindo aos companheiros que usem o preservativo, às vezes porque
têm medo de que eles desconfiem de infidelidade por parte da mulher'', disse.
"Mas se as mulheres têm acesso à camisinha feminina,
conquistam um instrumento de força e de luta, ganham autonomia",
completou, acrescentando que o governo está fazendo um levantamento para
verificar o nível de conhecimento das mulheres sobre o preservativo feminino e
a satisfação com seu uso.
Ainda como parte da mobilização de hoje, os
frequentadores do Parque da Cidade também fizeram testes para detecção do HIV e
da Hepatite C, doença transmitida pelo contato com sangue contaminado que
compromete o funcionamento do fígado. Os resultados saem, no máximo, em 30
minutos.
A advogada Mariana Salomão, 25 anos, interrompeu a
caminhada para fazer os dois testes. ''O resultado sai rápido e como durante a
semana a gente não tem muito tempo para pensar sobre isso, vale a pena dar uma
paradinha para ver se está tudo bem'', disse, enquanto esperava para ser
atendida.
O militar Jorge Michel Ferreira, 33 anos, também se
exercitava quando viu a mobilização e resolveu fazer o teste. Ele também levou
50 folhetos sobre a transmissão do vírus HIV para distribuir no condomínio em
que mora, no Guará, região administrativa de Brasília. ''Além de sair tranquilo
daqui, sabendo que está tudo bem com a minha saúde, vou levar o material para
incentivar meus vizinhos a se prevenirem. É importante todo mundo ficar alerta
e se cuidar'', disse.
Durante a mobilização, representantes de organizações não
governamentais voltadas à luta contra a Aids fincaram na terra cruzes com o
símbolo do combate à doença em preto para lembrar as mortes ocorridas por causa
do vírus HIV. Eles também reivindicaram investimentos e intensificação das
ações por parte do governo do Distrito Federal.
A diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de
Saúde do DF, Sônia Geraldes, admitiu que a pasta enfrenta dificuldades para
executar o orçamento repassado pelo governo federal, no valor de R$ 1,5 milhão
por ano, e informou que estão sendo estudadas parcerias com a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para acelerar a
aplicação dos recursos na área, principalmente, em ações de prevenção e
conscientização.
terra.com.br
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