BRASIL
CNM lamenta veto na lei de royalties, e divulga nota
oficial sobre a decisão
Mesmo com o apelo dos
Municípios brasileiros, a lei dos royalties foi
sancionada com o veto do artigo terceiro, que definia a justa partilha para
todos os Estados e Municípios. O anúncio feito na tarde desta
quinta-feira, 30 de novembro, durante coletiva de imprensa com a ministra-chefe
da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; o ministra de Relações Institucionais, Ideli
Salvatti; e do ministro da Educação, Aloízio Mercadante.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) lamenta a
decisão, e divulga nota oficial sobre a decisão. O texto pontua os motivos da
posição. São eles:
O projeto agora vetado nasceu
de um amplo acordo envolvendo representantes do governo federal, os presidentes
da Câmara e do Senado, líderes partidários e representação da sociedade civil.
Este acordo foi construído para evitar a apreciação do veto que o ex-presidente
Lula fez ao projeto aprovado pelo Congresso Nacional em 2010. A CNM não
compreende a mudança de posição do governo federal, que descumpre o acordo
firmado em outubro de 2011.
A justificativa do veto,
fundamentada no argumento de quebra de contratos, é um verdadeiro absurdo, uma
vez que os instrumentos celebrados entre as empresas e a Agência Nacional de
Petróleo (ANP), não sofreriam qualquer tipo de alteração. As alterações
propostas pelo projeto vetado mudavam a forma de distribuição das receitas de
royalties entre a União, Estados e Municípios. Por sinal, alterações com estas
já aconteceram quatro vezes desde o início da exploração.
O veto manterá o privilégio
injustificado de 2 Estados e 30 Municípios, que receberão até o final da
década, R$ 201 bilhões, enquanto que o restante do país, ou seja, 170 milhões
de brasileiros, receberão apenas R$ 17 bilhões. É, portanto, inaceitável, a
perpetuação deste modelo que promove tamanha concentração de recursos.
A decisão tomada significa, na
prática, um veto à educação, pois, a regra mantida com o veto não possibilita
investimentos na área. Da forma como decidiu o governo federal, o Brasil terá
de esperar mais de 10 anos para poder realizar investimentos em Educação, já
que, o regime de partilha só gerará recursos neste prazo. De acordo com
estimativas da Agência Nacional de Petróleo (ANP), serão cerca de R$ 400
bilhões fora da Educação.
Com a divulgação, o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski,
já convoca para uma cruzada nacional, todos os gestores municipais e os
170 milhões brasileiros que foram excluídos da distribuição dos royalties para
mobilizarem-se desde já pela derrubada do veto pelo Congresso Nacional.
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