SÃO PAULO
Uso de farda fora de serviço é
vetado em Guarulhos
Esconder a farda a caminho ou
na volta do trabalho virou regra em Guarulhos. A ordem foi dada depois que o
setor de inteligência da polícia descobriu que o Primeiro Comando da Capital (PCC) ordenou que integrantes da
facção matem dois PMs do 15º Batalhão em 30 dias – já se passaram 8 desde
então.
A facção quer vingar dois
criminosos mortos em outubro em Guarulhos após um assalto a banco. A morte de
95 PMs neste ano já impôs aos integrantes da corporação uma rotina discreta.
Mas, agora, até mesmo usar o uniforme parcialmente é proibido. "O comando
proibiu andar de farda ou meia farda, que é só a calça e a bota, na condução,
de moto ou a pé para que não sejamos alvos de ataque", disse um cabo do 15º
Batalhão.
"A polícia está de luto
neste Natal, todo mundo tem um amigo que foi morto", acrescenta o
policial. Os PMs dizem que, sem a farda, têm de pagar o ônibus – eles têm
direito à gratuidade da passagem quando andam devidamente identificados.
O porta-voz da PM, capitão
Sérgio Marques, confirmou a proibição. "O objetivo é preservar os
policiais de ataques. Principalmente sobre a dobradinha de andar de moto e
fardado, que deixa o policial mais vulnerável", diz. Segundo ele, outra
medida tomada foi diminuir as folgas para aumentar o efetivo na rua. "Só
de equipes das Forças Táticas são trinta em Guarulhos, o que refletiu na
diminuição de homicídios", diz Marques.
No sábado à noite, mais um PM
foi morto. O subtenente da reserva, Luiz Carlos Ribeiro, foi baleado em uma
briga de bar, na Zona Oeste de São Paulo. As mortes de PMs ganharam destaque no
mesmo dia no jornal The New York Times. À tarde, bandidos mataram o ex-PM
Claudio Honório de Moraes em frente a um bar em Guarulhos. Outras cinco pessoas
ficaram feridas.
(Com Estadão Conteúdo)
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