PENDÊNCIAS
Microbiografia do pendenciense Gilberto Freire de Melo
Filho
de Álvaro Batista de Melo e de Francisca Freire de Melo, nasceu em Pendências
de Cima, no ano de 1934. Deslocou-se temporariamente para Bananeiras-PB, onde
conseguiu matricular-se em colégio gratuito de boa qualidade, graças a
influencia de seu parente Pedro Freire, quando freqüentar o 2° grau, na Várzea
do Açu, era privilégio dos mais abastados.
Voltou para as suas origens, disputando
espaços de trabalho na indústria salineira regional, onde conviveu com o mais
autentico ambiente profissional do operário de sua região.
Foi professor
primário em sua cidade, depois escrivão da policia, e, finalmente após aprovado
em concurso público, foi nomeado para os Correios e Telégrafos, iniciando essas
atividades na cidade de Açu, depois em Macau, em Pendências em Pau dos Ferros,
em Macaíba e finalmente em Natal, onde veio a descobrir que as constantes
remoções de trabalho faziam parte de seu rosário de penas impostas pelo regime
da ditadura militar, com que nunca concordou.
Iniciou-se
nos ofícios literários a partir da criação da Emissora de Educação Rural de
Mossoró, onde publicava uma crônica domingueira, até a multidão da democracia
em abril de 1964. Conviveu com Pe. Zé Luíz que estabeleceu, em Pendências,
fronteiras existências de tempo, despertando a consciência regional, e
contribuindo eficazmente para a descoberta de valores, de potenciais humanos e
culturais, abalando os alicerces de sua época. Reconhece, porém, côo maior
influência do seu interesse pela literatura, a mania adquirida, desde muito
cedo, pela leitura indistinta de autores, de publicações como o Pavão
Misterioso, a revista O CRUZEIRO, Os Miseráveis, de Vitor Hugo e o Almanaque
Capivarol. O convívio com o trabalho, com os tipos e com os personagens de
Manoel Rodrigues de Melo fez-lhe despertar o interesse pela pesquisa e resgate
dos costumes de sua região, a Várzea do Açu, o seu universo humano, social e
literário.
Destaca
como meta alcançada de suas ambições, além da maravilhosa família que
constituiu, haver contribuído para a criação e funcionamento do Ginásio “Mons.
Honório”, na cidade de Pendências, cuja primeira turma concluinte alcançou
honrosos 80% do patamar de terceiro grau, que honra e orgulha os pendencienses.
Não
perde a oportunidade de ressaltar e agradecer, sempre que chamado aos
carretéis, a convivência mantida, em seu
universo, com Manoel Freire de Lemos, Padre José Luíz, Geraldo Santos Queiroz,
Alba de Miranda Pinheiro, Sabina Pinheiro Costa, Absalão Pinheiro Maia, Manoel
Francisco de Assis, Terezinha Queiroz, Renato Caldas, Gilberto Avelino, João
Lins Caldas, Glorinha Pessoa, Padre Américo Simonetti, Renato Caldas, Demóstenes
Amorim Amaro Prudêncio, João de Aquino, Geraldo Lucas, Gilvan Freire e uma
série memorável de seus contemporâneos que, de um ou de outro modo,
contribuíram para sua formação literária.
Escreveu
e escreve versos e crônicas em publicações regionais, entre Nata, Açu, Macau,
Carnaubais, Pendências e Mossoró, apenas como colaborador.
TRABALHOS
PUBLICADOS:
MANOEL
TORQUATO, Herói e Vítima da Guerrilha, a história real da luta dos salineiros e
camponeses por uma organização sindical, que lhe custou a vida, com morte
prematura, e o rótulo de “bandoleiro”, “facínora”, e “cangaceiro”, quando sua
única intensão era a organização social dos trabalhadores que hoje estão ai
usufruindo os resultados do seu trabalho que tinha como tema a trilogia PÃO,
TERRA e LIBERDADE, aliado a contemporâneos como os irmãos Reginaldo da Rocha,
Joel Paulista, Chico Guilherme, José Mariano que fundara, inicialmente, o
Sindicato do Garrancho, com sede dentro do mato, onde seu reuniam, dificultando
as perseguições policiais. MANOEL TORQUATO – Herói e Vítima da Guerrilha, foi
publicado em 1999, graças à benevolência de Vingt-um Rosado, que, falecido há
bem pouco tempo, DEIXOU ÓRFÃOS TODOS OS AUTORES POBRES DO RIO GRANDE DO NORTE.
A
VIRGINDADE PROFANADA – Um ensaio sociólogo sobre o tabu da virgindade feminina,
ilustrado com contos temáticos documentais, publicado em 2004, através da
Coleção Assuense, graças à consciência cultural e à generosidade do Prefeito
Ronaldo Soares.
ABSURDOS
GRAMATICAIS – Uma coletânea de erros gramaticais exibidos na imprensa ao seu
alcance, com criticas, correções, e as respectivas regras gramaticais.
Publicou, em junho de 2006, graças à solidariedade de seu amigo, François
Silvestre de Alençar, então presidente da Fundação José Augusto, companheiro de
resistência contra o engodo militar que oprimiu o povo brasileiro durante mais
de vinte anos. E
não parou por aí. Seu interesse pela literatura amadureceu e já tem, em fase de
ou aguardando publicação, entre romances ensaios, contos, poesias, pesquisas
gramaticais e questionamentos religiosos, os seguintes trabalhos:
REPORTAGENS QUE NINGUÉM ESCREVEU – Contos
documentais que retratam fatos inéditos ocorridos na região, aprovado pela
Comissão de Cultura “Djalma Maranhão”, em fase de confecções na Gráfica Manso
de Açu-RN, que brevemente será levado ao público, graças ao patrimônio de
Gerôncio Santos Queiroz que considera o maior homem público de Pendências, em
todos os tempos.
A
SANTA LUZIA DO MEU TEMPO – Enfocando situações históricas da Várzea do Açu, no
tempo em que Carnaubais ainda se chamava Poço da Lavagem e Santa Luzia, está
programado, através de patrimônio do Prefeito Zenildo Batista de Souza, para
ser publicado e levado ao público no mês de setembro/2006, quando se efetivará
o aniversario da emancipação política-administrativa de Carnaubais.
APOLINHO
E A FILHA DE MARIA – Em estilo de romance, um duelo virtual entre o sexo e a
fé, aguardando patrocínio.
O
SERTÃO EM PRETO E BRANCO – Romance temático sobre a saga do sertanejo
nordestino, enfocando os costumes a sócio-economia, a cultura, as asperezas e
as ternuras da região. Aprovado pela Comissão Estadual de Incentivo à Cultura –
Lei Câmara Cascudo – foi encaminhado à Petrobras, onde permanece aguardando uma
mãozinha de seu conterrâneo Francisco Alves de Queiroz Neto, um dos diretores
da empresa aqui no Nordeste.
QUESTIONAMENTOS
RELIGIOSOS – Ensaio e discussão sobre a fé, a história, o ensino e as dúvidas
BÍBLICAS despertadas pela divulgação dos Manuscritos do Mar Morto.
VERSOS
QUE EU NÃO RASGUEI – Título justificado por ser uma coleta de resíduos de sua
produção poética, quando deixou de rasgar versos que não se assemelhavam aos de
Castro Alves, Gonçalves Dias, Olavo Bilac, Guerra Junqueiro, Augusto dos Anjos,
suas primeiras influências, embora reconheça haver sido contagiado dos gênios
João Lins Caldas e Renato Caldas, de cuja intimidade privou na cidade de Açu.
DICIONÁRIO
SERTANEJO DA LÍNGUA NORDESTINA – Um resgate da linguagem do sertanejo
nordestino, com suas peculiaridades usuais e o significado próprio da região.
AUXÍLIO
À LÍNGUA – Uma espécie de continuação de ABSURDOS GRAMATICAIS, em fase de
preparação, enfocando as várias distorções gramaticais e seu uso, em muitos
casos, sem o respaldo das gramáticas oficiais.
CÂNDIO
CAMBÃO – O Sabiá das Carnaubeiras – Resgate do trabalho do cantador “Cândio
Cambão”, que, sem qualquer registro escrito, deixou um considerável manancial
de versos improvisados, apenas existentes na memória de seus contemporâneos,
admiradores da irreverência do poeta.
É
membro do INSTITUTO CULTURAL DO OESTE POTIGUAR-ICOP, com sede em Mossoró,
eleito pela unanimidade de seus membros. Sua posse, em julho de 2005, teve como
patrono, o historiador e pesquisador potiguar Raimundo Soares de Brito, e
contou com as presença honrosas de Vingt-um Rosado, João Batista Cascudo
Rodrigues, Helder Heronildes, Wilson Moura, além de convidados e membros da
respeitável confraria.
Manifestou,
na primeira hora, sua oposição ao indigesto golpe militar de 1964, sendo punido
com transferência de sua cidade – Pendências – e aposentadoria profissional
fora de hora, porém nunca deixou de, com seus contemporâneos, cantar as glórias
e chorar as dores de sua terra.
Hoje, o município completa 59 anos de emancipação política e à todos os pendenciense, os nossos parabéns especial por esta data
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