RETROSPECTIVA 2012
Aprovação de matérias polêmicas marcaram o ano no Senado
O ano de 2012 foi marcado no Senado pela aprovação de matérias
polêmicas. Apesar de o período de campanha eleitoral ter prejudicado as
votações entre junho e novembro, a Casa aprovou matérias que consumiram
grande tempo de debate, como o Código Florestal, a reforma
previdenciária dos funcionários públicos federais, a reserva de cotas
sociais e raciais nas universidades públicas e a extensão do RDC (Regime
Diferenciado de Contratações) para as obras do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) e para a área da saúde.
No primeiro semestre, os trabalhos da CPI do Ecad (Escritório Central de
Arrecadação e Distribuição) resultaram em relatório que pedia mudanças
no sistema de pagamento de direitos autorais no país e indiciamento dos
diretores do escritório. A MP (Medida Provisória) da Poupança, que
alterou as regras para a remuneração da caderneta, também foi aprovada
antes do início do recesso legislativo do meio do ano. Pelo texto
aprovado, a poupança passou a ser remunerada em 70% da taxa Selic mais
Taxa de Referência, quando a Selic estiver abaixo de 8,5%.
Também foi nesse período que os senadores discutiam uma das muitas
matérias relacionadas ao pacto federativo: a Resolução 72. Pelo texto
final aprovado no Senado, os estados ficam obrigados a cobrar alíquota
única de 4% no Imposto sobre ICMS (Circulação de Mercadorias e Serviços)
de produtos importados.
A medida foi aprovada para acabar com a chamada
guerra dos portos, em que os estados competiam entre si pela importação
de matérias-primas para atrair as indústrias cobrando ICMS mais barato.
A aprovação da Resolução 72 propicia agora a discussão sobre a alíquota
única de ICMS em outras situações.
A criação da Funpresp (Fundação de Previdência Complementar do Servidor
Público Federal) também foi responsável por inúmeros debates e levou
manifestantes ao Senado. Pelas novas regras aprovadas em março, os
servidores públicos do Executivo, do Legislativo e do Judiciário terão
que contribuir para uma previdência complementar de modo a garantir a
aposentadoria integral. Os servidores que optarem por não fazer a
contribuição extra se aposentarão recebendo somente o teto do INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social).
Em abril, os senadores começaram as discussões da Lei Geral da Copa. O
projeto foi enviado pelo governo ao Congresso para estabelecer como lei
as regras que o Brasil se comprometeu a seguir quando se candidatou a
receber as copas das Confederações e do Mundo. Um dos pontos mais
polêmicos do texto, a liberação da venda de bebidas alcoólicas nos
estádios durante os eventos, foi aprovada.
No início do segundo semestre, trabalhando em regime de esforço
concentrado por causa das campanhas eleitorais nos municípios, os
senadores aprovaram PEC (proposta de emenda à Constituição) que retomou a
exigência de diploma para exercer a profissão de jornalista. Também
nesse período foi aprovada a MP do Programa Brasil Carinhoso, editada
pelo governo federal para aumentar o benefício do Bolsa Família para
famílias que têm crianças com menos de 6 anos de idade.
Em setembro, foi aprovada sem alterações no texto enviado pela Câmara, a
MP do Código Florestal. A medida provisória foi editada pelo governo
para suprir as lacunas que ficaram depois dos vetos da presidenta Dilma a
trechos do código aprovado anteriormente pelo Congresso.
Finalmente, no período pós-eleitoral, os senadores aprovaram a criação
da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), que irá gerir o projeto do
trem de alta velocidade; a Medida Provisória 579, que tratou da
renovação das concessões de empresas do setor elétrico e da redução em
20% na conta de luz; e os projetos de reajuste salarial do funcionalismo
público federal.
Depois de diversos insucessos nas negociações, o Senado deixou para o
próximo ano a votação do novo cálculo para distribuição do FPE (Fundo de
Participação dos Estados). O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou
que o Congresso aprovasse o projeto com o novo cálculo até 31 de
dezembro deste ano.
Como os senadores não conseguiram chegar a um acordo
que propiciasse a votação do relatório de Walter Pinheiro (PT-BA), os
estados correm o risco de começar o ano sem receber as cotas do FPE.
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