BRASÍLIA
As principais suspeitas contra
Henrique Alves
Em seu 11º mandato
consecutivo na Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) se prepara
para dar o passo mais importante de sua trajetória política, iniciada na Casa
ainda em 1971.
Um passo que Henrique começou a dar há dois anos, quando apoiou
a candidatura de Marco Maia (PT-RS) à presidência da Câmara. Em troca, pelo
acordo, os petistas apoiariam a candidatura, em 2013, de um peemedebista – no
caso, o próprio Henrique, líder há sete anos da bancada.
Nos últimos dias, o
favorito à sucessão de Marco Maia tem sido alvo uma série de denúncias. Ainda
no domingo, o jornal O Estado de S. Paulo destacou
que Henrique Eduardo é acusado pelo Ministério Público Federal de
enriquecimento ilícito numa ação de improbidade administrativa. Em novembro, o
líder do PMDB conseguiu adiar decisão sobre a quebra de seu sigilo fiscal e
bancário, bem como de suas empresas, por meio de recurso judicial.
Dólares no exterior
O processo é movido desde 2004
pelo MPF. Na ação, o peemedebista é acusado de manter ilegalmente milhões de
dólares fora do país. Os autos correm sob segredo de Justiça na 16.ª Vara
Federal em Brasília.
Em 2002, o deputado chegou a
ter seu nome cogitado para ser vice do candidato a presidente José Serra
(PSDB). Mas acabou preterido após a denúncia feita pela ex-mulher de que ele
mantinha US$ 15 milhões no exterior.
Reportagem publicada pela
revista Veja esta semana sustenta que o
deputado repassa, todos os meses, R$ 8,3 mil de sua cota parlamentar para uma
empresa registrada em nome de uma laranja, ligada a um ex-assessor de seu
partido. O dinheiro é usado no aluguel de veículos, segundo a prestação de
contas apresentada pelo deputado.
Assessor beneficiado
Ainda no domingo passado, a Folha de S. Paulo revelou que
Henrique Eduardo Alves destinou emendas parlamentares que abasteceram uma
empresa de um assessor de seu gabinete. Aluizio Dutra de Almeida, sócio da
Bonacci Engenharia e Comércio Ltda, trabalhava com o atual líder do PMDB na
Câmara desde 1998. Trabalhava, pois pediu demissão do cargo na última
segunda-feira (14), em meio à repercussão da notícia.
Pelo menos três prefeituras do Rio Grande do Norte contrataram a empresa do assessor do deputado nos últimos anos para executar obras bancadas pelas emendas parlamentares de Henrique Eduardo. Os prefeitos desses municípios também eram do PMDB. Aluizio é tesoureiro do partido no Rio Grande do Norte. O parlamentar é presidente do diretório estadual. A Controladoria-Geral da União (CGU) vê indícios de superfaturamento nos contratos do agora ex-assessor, estimados em R$ 6 milhões.
O Departamento Nacional de Obras
Contra as Secas (Dnocs), comandado por indicados pelo peemedebista, pagou R$
1,2 milhão à empresa do assessor.
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