ESPORTE
Histórias de futebol: ‘Toinho Nicotina’ vendeu “liambra” por maconha a dois jogadores do Cruzeiro
Tenho escrito aqui no meu blog sobre alguns personagens especiais,
uns do bem – Bora-Porra, Danilo Menezes; outros do mal – Bicão,
Dorme-Sujo – e acho que tem espaço para mais um.
Quer dizer, espero que tenha, e que vocês apreciarem.
Ele vive ainda entre nós, por isso não posso dar tantos detalhes.
É um de meus inúmeros amigos de infância e também foi craque de bola.
Jogou no futsal do América, até o dia que assaltou o departamento e
levou mais de 20 pares de tênis; jogou no Força e Luz, até que fez um
gol contra e depois saiu arrecadando o dinheiro dos apostadores.
Seu nome: Toinho Nicotina. Vou chamá-lo assim. Não me perguntem muito mais. Não me compliquem.
Acho que o peste nem tinha 17 anos ainda já vivia metido em tudo que
pudesse lhe render algum troco. E, maluco para ter o dinheiro de ir à
ASSEN aos domingos, conheceu umas figuras da pesada e arrumou maconha
para revender.
Se viu enrolado até a alma. O peste fumou toda a “cabeça de negro” ,
erva boa que, segundo ele, tinha vindo do Maranhão. Era bem umas cem
gramas.
E agora? Como ia fazer para pagar o fornecedor (não era morte certa
como é hoje, mas já era complicado dá nó em traficante naquela época) e
ele, mestre da enganação, encontrou um jeito.
Falou com a rapaziada do bagaço, como ele, e arrumou um monte de
folha de “Liambra”, acho que o nome é esse. Uma planta muito parecida
com a Canabis.
E lá foi o peste preparar a arrumação. Danou a planta no sol e tudo
ficou sequinho. Amassou, amassou, amassou, arranjou um “cheiro” e tacou
por cima.
Faltava agora só arrumar comprador.
E advinhem, advinhem, duvido que alguém consiga imginar quem bateu na
porta do nosso herói às avessas para comprar a marijuana, a Erva del
Diablo?
Dois jogadores do Cruzeiro. Isso mesmo, dois jogadores superfamosos do Cruzeiro de Belo Horizonte.
Estávamos na década de 1970, mais não posso dizer, e dois dos mais
festejados e famosos jogadores do time estrelado saíram do conforto do
Hotel Reis Magos (era o hotel) e foram em busca de Toinho Nicotina na Cidade Alta.
Até hoje ninguém sabe quem indicou o nosso “vendedor”.
Os caras passaram na rua, e, claro, a meninada (eu estava no meio),
se não reconheceu na hora, mas achou parecido demais. E foram atrás.
Claro, os caras não queriam de jeito nenhum essa propaganda, conseguiram
despistar a meninada e sumiram.
A maioria ficou sem saber porque os dois astros estavam procurando onde morava um tal de “Toinho Nicotina“.
Depois, na intimidade da esquina – tinha a esquina dos boleiros,
peladeiros, loucos por futebol, e a esquina dos que “davam bola”, como
se falava naquela época – Toinho Nicotina, ele transitava nas duas esquinas, confirmou a história e deus os detalhes.
Ele disse que os dois supercraques do Cruzeiro se espantaram com
meninada, mas pegaram seu endereço certo, e depois voltaram, de taxi.
-E aí, tu vendeu a maconha pra eles? – perguntaram todos.
-Hihihihhihihihihihihihihihihihihihihihihih – com sua risada de
Hiena, cobrindo os caquinhos de dente – ele confirmou. Mais que isso:
mostrou a dinheirama para ir à ASSEM.
E ainda debochou: – os otário cheiraram a Liambra e ainda disseram: –
essa é da boa. E tome gargalhada do peste zombando dos mineiros: –
hhihhihihihihihihihihihihih.
Essa é a primeira história de Nicotina. Aguardem mais.
PS: sei que vocês estão doidos para saber quais eram os
dois jogsadores do Cruzeiro, né? Eu sei, claro, eu os vi, mas não posso
dizer, é evidente. Me desculpem.
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