MPF pode processar Petrobrás por refinaria
A Petrobrás tem respondido aos questionamentos em relação
à compra supostamente sobrevalorizada da refinaria de Pasadena, no
Texas, mas, até o momento, não convenceu nas respostas, segundo o
procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União
(TCU) Marinus Marsico.
O procurador está à frente das apurações sobre a
compra da refinaria, uma transação, revelada em reportagem do 'Estado'
de julho do ano passado, que pode representar um prejuízo de US$ 1
bilhão à companhia.
"Tudo indica que deva sair um processo disso, mas ainda é prematuro
para garantir. O alerta nos foi dado por matéria do Estado, que nos
motivou a pedir explicação à Petrobrás em ofício. Agora, estamos
analisando a ampla documentação, boa parte em língua estrangeira", disse
Marsico.
Caso o procurador se convença de fato de que há indícios de
irregularidade na compra, será aberta representação. O documento será
encaminhado a outros órgãos, incluindo o Ministério Público Federal
(MPF), que pode então abrir processo criminal para apurar ilícito de
ordem penal.
"A Petrobrás tem respondido aos pontos que pedimos em ofício, mas
ainda não convenceu. Há indícios de que houve grave prejuízo aos cofres
públicos", disse Marsico.
Ao todo, a Petrobrás pagou US$ 1,18 bilhão, em duas etapas, para
comprar a refinaria que, há sete anos antes, custara US$ 42,5 milhões à
sua agora ex-sócia - quase 28 vezes menos. A refinaria texana, com
capacidade para 100 mil barris/dia, está entre os ativos que foram
postos à venda pela Petrobrás dentro do plano de desinvestimento que
busca reduzir a presença no exterior de forma a angariar recursos a
serem aplicados no pré-sal brasileiro.
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