Arrastão do Frevo comanda despedida amarga de mais um Carnaval no Recife
Em qualquer outra semana, esta seria mais uma quarta-feira. Um dia qualquer, onde o Recife amanhece e obriga todo mundo a acordar. Mas esta não é uma quarta qualquer. É uma escura, de Cinzas, que força todos a deixar de festejar, nem que seja só por mais um ano.
Chegou a hora de guardar as fantasias, recolher os confetes e enrolar as serpentinas. Mais um Carnaval morreu e deixou aquele sentimento estranho. Porque você não sabe o que falar, nem muito menos explicar o que viveu.
O jeito é seguir um ritual velado de 'Até Mais', 'Foi Bom Enquanto Durou', 'Mal Posso Esperar Pra Te Ver De Novo'. E assim, centenas de foliões inconformados se despediram da Festa de Momo no Arrastão do Frevo desta quarta-feira ingrata (13). Um desfile de poesias de amor ao nosso Carnaval, entoadas docementes por uma multidão meio feliz, meio triste.
A caminhada solene começou com a descida do Orquestrão do Frevo do palco no Polo Marco Zero da capital. Multidão e artistas se misturavam em uma massa só, percorrendo com as marchinhas de Carnaval e gritos de 'Ah, é Pernambuco!" as Avenidas Alfredo Lisboa, Barbosa Lima; Rua do Bom Jesus, Travessa do Bom Jesus, Rua da Guia; culminando na Avenida Rio Branco e dispersando no cruzamento com a Rua Madre de Deus.
Durante o percurso, não havia desconhecidos, brigas, bêbados ou sóbrios. O arrastão do Frevo juntou pessoas com um sentimento em comum: o amor pelo nosso Carnaval. O amor pela diversidade cultural. A paixão pelo Estado de Pernambuco. E ainda teve folião que declarou: "O Carnaval só acaba quando a gente quiser". Pode vir, quarta-feira ingrata, porque quem é de fato um bom pernambucano espera mais um ano pra se meter de novo na brincadeira.
APOTEOSE - Antes de descer o palco principal do Marco Zero, cerca de 200 músicos orquestrados pelo maestro Spok tocaram marchinhas de Carnaval para esquentar os foliões que ainda resistiam em se render ao raiar da Quarta-feira de Cinzas. Dentre os vários artistas que participaram do momento, estiveram presentes Karynna Spinelli, Claudionor e Nonô Germano, Ylana e Nena Queiroga, Antúlio Madureira, Lia Sophia, Gustavo Travassos, Victor Camarotti, Josildo Sá, China, Marcelo Jeneci e os maestros Forró e Fábio.
Quarenta graus de Vassourinhas para fazer a alegria daqueles que não queriam aceitar o fim do Carnaval. Foram diversos frevos de rua e de bloco, seguidos de muitas cirandas. Por volta das 6h, os músicos formaram o orquestrão que seguiu pelas ruas do bairro do Recife.
FONTE Portal NE10 Recife, Repórteres Malu Silveira e Vanessa Silva
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