BRASIL
Reunião com Gilmar Mendes amenizou conflito entre
Judiciário e Legislativo, dizem Alves e Calheiros
Na
tentativa de resolver os recentes impasses que criaram ruídos nas relações
entre os Poderes Judiciário e o Legislativo, os presidentes do Senado Federal,
Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), reuniram-se hoje (29), com o ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Gilmar Mendes.
Ao retornarem do encontro, os dois parlamentares estavam
confiantes que a situação está “distensionada”. “Fomos discutir
toda essa problemática. Fomos fazer, portanto, um diálogo para distensionar a
questão, mostrar que, da parte do Legislativo, não há nenhuma intenção ou
qualquer ruído para estremecer as relações que têm que ser, devem ser e sempre
serão respeitosas entre dois Poderes que são pilares da democracia”, explicou
Henrique Alves.
Os presidentes da
Câmara e do Senado deixaram claro que querem evitar qualquer ruído com o
Judiciário. “Não queremos e não podemos, é questão de responsabilidade, maturidade
e dever constitucional, evitar qualquer ruído e confronto com o Judiciário. A
Casa sabe dos seus direitos e deveres e o Judiciário também”, disse Alves.
As relações entre
os dois Poderes foram abaladas pela aprovação, na Comissão de Constituição e Justiça
da Câmara dos Deputados, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 33, que
submete decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) ao Congresso Nacional, e
pela liminar concedida pelo ministro do STF, Gilmar Mendes,suspendendo a apreciação do projeto de lei que
dificulta a criação de partidos.
“Foi uma conversa
boa e vamos continuar conversando na próxima segunda-feira. Vou dar as
informações. Em relação à PEC 33, o presidente Henrique [Alves] está vendo o
que, dos pontos de vista regimental e constitucional, pode encaminhar”, disse
Renan Calheiros. “Estamos satisfeitos. O ministro Gilmar [Mendes] foi gentil,
defendeu seus pontos de vista e nós defendemos os nossos pontos de vista e a
conversa vai continuar. A bola está no chão, a coisa está distensionada”.
Ainda não existe
uma definição, na Câmara dos Deputados, sobre o que será feito em relação à PEC
33. Nem mesmo o arquivamento está descartado, mas Alves destacou que é preciso
respeitar a decisão da CCJ que aprovou a proposta. “Temos que respeitar a CCJ,
que é um colegiado que se reuniu e fez a votação. Vamos mudar esse modelo daqui
para frente”, disse. “Nas próximas horas vou apresentar um projeto de resolução
para alterar o regimento dizendo que, a partir de agora, qualquer PEC, em
qualquer fase que se encontre, terá que ser votada nominalmente”.
O senador Rodrigo
Rollemberg (PSB-DF), que foi o autor do mandado de segurança no STF para
impedir que o projeto de lei que limita a distribuição de tempo de propaganda
eleitoral e recursos do Fundo Partidário para novas legendas, disse hoje (29)
no plenário do Senado Federal, que pretende se reunir, junto com outros
parlamentares, com os ministros do STF para minimizar as indisposições entre os
dois Poderes.
A reunião será
amanhã (30), às 16h, e os representantes do Senado foram definidos. Além de
Rollemberg, estão confirmados os senadores Jarbas Vasconcelos, Aloysio Nunes
Ferreira, Pedro Taques, Randolfe Rodrigues, Ricardo Ferraço, João Capiberibe,
Ana Amélia e Antonio Carlos Valadares.
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