BRASÍLIA
Congresso promulga nesta terça-feira emenda
constitucional sobre direitos das domésticas
O Congresso
Nacional reúne-se nesta terça-feira (2), às 18h, no Plenário do Senado, para
promulgar a emenda constitucional que garante aos empregados domésticos
direitos já assegurados aos demais trabalhadores. A Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) 66/2012 foi
aprovada por unanimidade no Senado, em segundo turno, na última terça (26).
Durante a
votação, que terminou com 66 votos a favor e nenhum contra, diversos senadores
discursaram, comentando que a aprovação da PEC significava o fim de uma
injustiça e a garantia de tratamento igualitário para os empregados domésticos.
A sessão teve a presença de representantes da categoria e de várias autoridades.
As novas regras
entram em vigor na data da publicação da emenda. Alguns dos direitos são
imediatos, como a jornada definida, com limite de oito horas diárias e 44
semanais, e as horas extras. Para outros, como o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS), o texto prevê a necessidade de regulamentação.
Nesta
segunda-feira (1º), o senador José Pimentel (PT-CE) sugeriu, em Plenário, a
realização de um levantamento dos projetos em tramitação na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) que dizem respeito à regulamentação de direitos ou
a mecanismos de desoneração para os empregadores domésticos. O senador Acir
Gurgacz (PDT-RO) também cobrou a redução dos custos trabalhistas para os
empregadores.
Há duas semanas,
o senador Roberto Requião pediu a aprovação de projeto de sua autoria que permite a dedução do salário pago
ao empregado doméstico da base de cálculo do Imposto de Renda do empregador (PLS
270/2011). A relatora da PEC 66/2012 no Senado, senadora Lídice da Mata,
concorda que são necessários ajustes, mas acredita que os problemas serão
resolvidos com o tempo.
- Acredito que
vamos caminhar para uma regulamentação maior da profissão e, principalmente,
para uma convivência melhor entre empregado e empregador - disse, em entrevista à Agência
Senado.
Direitos
Atualmente, o trabalhador doméstico tem apenas parte dos
direitos garantidos pela Constituição aos trabalhadores em geral. Alguns dos
direitos já garantidos são salário mínimo, décimo-terceiro salário, repouso
semanal remunerado, férias, licença-gestante e licença-paternidade,
aviso-prévio e aposentadoria.
Entre os novos direitos está o controle da jornada de
trabalho, uma das mudanças mais relevantes na prática e, por isso mesmo, uma
das mais polêmicas entre empregadores. Se antes os empregados domésticos não
tinham duração do trabalho definida, agora passam a ter direito a uma jornada
de 44 horas semanais e não superior a oito horas diárias. Além disso, passam a
receber horas extras, que devem ser remuneradas com valor pelo menos 50%
superior ao normal.
Outro direito garantido pela emenda constitucional é o
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que deve gerar o maior aumento de
custo para o empregador. O valor a ser recolhido mensalmente é de 8% do salário
do empregado, que poderá receber o valor acumulado nas hipóteses previstas em
lei.
Parte dos novos direitos, como a garantia ao
seguro-desemprego, deverá ficar a cargo da União, da mesma forma que ocorre com
os demais trabalhadores.
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