SAÚDE
Mitos e verdades sobre a dengue
O Aedes aegypti
não nos deixa em paz. Confira 10 afirmações sobre a dengue, saiba se elas são
verdadeiras ou não e tome as medidas certas para se proteger do mosquito
O ovo do mosquito sobrevive fora da água? Vela de citronela adianta? Há um limite de vezes para a contaminação de uma pessoa? Com a colaboração da pesquisadora Denise Valle, do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), listamos uma série de afirmações para esclarecer o que é mito e o que é verdade acerca do mosquito da dengue, sua forma de atuação, as possíveis formas de prevenção e as diversas formas da doença. Confira abaixo.
Quem tem dengue mais de uma vez tem mais chances de contrair a forma hemorrágica da doença.
Mito. A gravidade da dengue depende de um monte de uma série de fatores, que vão desde o tipo até quantidade do vírus inoculada no doente. “Uma pessoa que tenha dengue duas a três vezes pode estar mais suscetível, mas não necessariamente terá a dengue hemorrágica quando for picado novamente pelo Aedes aegypti. Ou pode contrair a doença pela primeira vez e, logo de cara, ter a forma mais grave dela”, avisa Denise.
Existe um número limitado de vezes que uma pessoa pode pegar a dengue.
Mito. Não há limite para a infecção pelos vírus da dengue e as pessoas podem ser contaminadas sucessivas vezes por todos os tipos de vírus circulantes na área. “São quatro sorotipos, e dentro de cada tipo, vários genótipos. A resistência da pessoa à determinado vírus também define como o organismo vai reagir a ele”, explica a pesquisadora.
Em geral os mosquitos Aedes aegypti picam mais na região do pé e das pernas.
Verdade. Eles se concentram nesta região. Mas a pesquisadora Denise Valle alerta: “Ele é oportunista. Se você estiver com outra parte do corpo desprotegida, é ali que a fêmea vai atacar”, diz.
Desinfetante nos ralos impede a proliferação do mosquito.
Verdade. O produto pode impedir que a fêmea deposite ovos ali. No entanto, é importante saber que a medida não é definitiva. “A maioria dos desinfetantes é à base de cloro, que é volátil. Em algumas horas ele já evaporou, e aquela água virou pura de novo. Um criadouro perfeito para o mosquito”, alerta Denise Valle.
Vasilhas de água para cães e gatos não têm perigo de virar criadouro para o Aedes aegypti.
Mito. Elas são um perigo sim. “Dois ou três dias são suficientes para que aquela pequena quantidade de água vire um criadouro produtivo, que consegue suportar a evolução do mosquito até ele ficar adulto”, diz a especialista. Uma vez embrionado, o ovo vira larva em poucos dias. Em locais onde a temperatura é alta, entre 7 e 10 dias depois essa larva terá se transformado em um mosquito adulto, pronto para infectar a população.
Fora da água, o ovo com o vírus pode suportar um longo período - até mais de um ano.
Verdade. “Há registro de ovos que passaram até 450 dias ‘em jejum’, sem água, e aguentaram. Eles sobrevivem a um inverno inteiro. Quando chove no verão, o ovo já está pronto. Uma vez em contato com a água, em 7 a 10 dias já tem mosquitos voando”, informa Denise. “Por isso é tão importante a profilaxia durante o ano todo”.
Usar meias brancas protege contra picadas do mosquito.
Mito. O Aedes aegypti tem rejeição à claridade e é atraído pelo calor, por isso teria preferência por tecidos escuros. “Apesar disso, ele é capaz de picar uma pessoa mesmo que ela esteja protegida por roupas. O importante é eliminar os criadouros do mosquito, para que ele não circule”, diz Denise.
Bromélias são os principais criadouros do mosquito da dengue.
Mito. Ao contrário do que se pensa, a bromélia contribui muito menos do que outros recipientes para a proliferação da dengue. “Como a planta forma um recipiente pequeno, ou a água não comporta o crescimento dele até adulto, ou os próprios predadores do próprio Aedes aegypti tratem de eliminá-lo”, explica Denise.
Velas de citronela são capazes de espantar o mosquito.
Verdade. Elas têm propriedades repelentes - o cheiro exalado pelas velas acesas afasta o Aedes aegypti. Essa dinâmica, no entando, só funciona em ambientes fechados, saturados pelo aroma. “Como o mosquito não costuma agir em ambientes fechados, a medida não é definitiva. A ação mais efetiva é, de fato, eliminar o criadouro. Usar inseticida, repelente ou velas terá uma ação muito limitada contra o vetor”, alerta a pesquisadora.
Crianças e jovens são mais suscetíveis à doença.
Verdade. Especula-se que a circulação de diferentes tipos virais que infectam pessoas continuamente possa gerar imunidade na população adulta, em pessoas que já tenham sido contaminadas alguma vez. Por isso, crianças e jovens que nunca entraram em contato com o vírus circulante podem, sim, ser mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença
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