BRASIL
Pesquisa preocupa
autoridades: 15 mil adolescentes fumam crack
Aproximadamente 75
mil alunos do último ano do ensino fundamental nas escolas brasileiras fumavam
maconha e 15 mil fumavam crack no ano passado, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do
Escolar (PeNSE) 2012, divulgada hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar dos números
representarem 2,5% e 0,5%, respectivamente, dos cerca de 3,15 milhões de
escolares do 9º ano, a situação serve de alerta para as autoridades e a
sociedade como um todo, de acordo com o gerente de Estatísticas de Saúde do
IBGE, Marco Antonio Andreazzi.
“Estamos falando
de adolescentes, em sua maioria, entre 13 e 15 anos de idade, que frequentam a
escola, que relataram ter usado essas drogas nos últimos 30 dias”, comentou.
Ele demonstrou maior preocupação em relação ao crack. “Esse percentual de 0,5%, embora pareça
bastante pequeno, merece cuidado e análise mais aprofundada: o crack é uma droga debilitante, que provoca o
afastamento da escola, da família e do convívio social”, disse ele.
O estudo aponta
que quase metade (45,5%) dos alunos nesse ano escolar tinha 14 anos de idade.
Entre os entrevistados, 7,3% disseram ter experimentado algum tipo de droga
ilícita como maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança-perfume e ecstasy. Desse total, 2,6% tinham menos de 13 anos. Dentre os entrevistados,
34,5% haviam provado maconha e 6,4%, crack. O Centro-Oeste é a região com o maior
percentual de alunos do 9º ano que haviam experimentado alguma droga, com 9,3%.
A Região Nordeste aparece com o menor percentual. Analisando os resultados por
capitais, o maior percentual foi encontrado em Florianópolis (17,5%), Curitiba
(14,4%) e os menores em Palmas e Macapá (5,7% em ambas).
Em relação ao
álcool, 50,3% dos entrevistados disseram ter experimentado uma dose de bebida
alcoólica na vida e 26,1% disseram ter consumido álcool nos últimos trinta
dias, com destaque para Porto Alegre (34,6%) e Florianópolis (34,1%). Os
menores percentuais foram encontrados em Belém (17,3%) e Fortaleza (17,4%).
Cerca de 22% dos
estudantes disseram ter sofrido pelo menos um episódio de embriaguez. No sul,
esse percentual foi 56,8% e de 47,3% no Nordeste. A proporção das meninas
(51,7%) foi maior que a dos meninos (48,7%). A forma mais comum de obter bebida
alcoólica foi em festas (39,7%), com amigos (21,8%), ou comprando no mercado,
loja, bar ou supermercado (15,6%). E 10,2% dos escolares adquiriram bebida
alcoólica para o consumo durante o período considerado, na própria casa.
Outro dado
revelado pela pesquisa no que se refere à saúde dos adolescentes é a queda no
número de escolares que haviam provado tabaco nas capitais entre 2009 e 2012
(de 24,2% para 22,3%). Os dados mostram que 19,6% dos estudantes brasileiros do
último ano do ensino fundamental haviam experimentado cigarro e 29,8%
informaram que pelo menos um dos responsáveis era fumante. 89,3% dos escolares
estudam em escolas que informaram possuir política sobre proibição do uso do
tabaco.
Ao comparar os
dados das pesquisas de 2009 e 2012, verificou-se que o percentual de escolares
que fizeram uso de cigarros nos últimos 30 dias manteve-se estável, em torno de
6%. As cidades com maiores proporções de escolares fumantes no período foram
Campo Grande com 12,4% e Florianópolis com 9,7%.
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