BRASIL
Senado aprova novo projeto do Fundo de Participação dos
Estados e envia matéria à Câmara
O
Senado aprovou há pouco o novo projeto de lei que trata do cálculo para
distribuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Após a votação de duas
emendas que foram rejeitadas pelos senadores, o projeto foi aprovado pelo
plenário conforme apresentado esta tarde pelo relator, senador Walter Pinheiro
(PT-BA). Para chegar a um
acordo, Pinheiro fez alterações em seu texto original, que foi rejeitado pela
Câmara dos Deputados na última semana. A primeira delas mudou a chamada trava
de população. Como a proposta de divisão do fundo levará em conta a população
do estado, Pinheiro propunha que as unidades federativas que tivessem população
muito baixa contassem com um piso de 1% no cálculo.
Agora, com a
reivindicação dos estados da Região Norte, a trava subiu para 1,2%. A mudança
atendeu à demanda dos estados de baixa densidade populacional e que dependem
mais das cotas do fundo. Outra trava que Pinheiro mudou, foi a que se refere à
renda da população do estado, que é outro fator de peso na nova divisão do
fundo.
O senador propõe
um mecanismo de redução na cota dos estados com renda per capita mais alta que
a média do país. Atendendo a pedidos dos parlamentares do Sul e Sudeste, o
relator aumentou de 71% para 72% o excedente que poderão ter em relação à renda
do restante do país antes que o redutor seja aplicado às cotas desses estados.
Walter Pinheiro
também modificou a proposta para que a transição para a nova fórmula seja mais
suave, não representando perdas imediatas a nenhum estado. Antes, a partir de
2016, o valor das cotas do FPE seria corrigida pelo Índice de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) mais 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano
anterior. Agora, será corrigido pelo IPCA mais 75% do PIB.
A expectativa é
que a Câmara aprove o texto também sem alterações até a próxima semana, de modo
a garantir o cumprimento do prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal
para aprovação de novas regras de distribuição do FPE. A primeira proposta
aprovada pelo Senado foi rejeitada pela Câmara por falta de quórum, o que
provocou a necessidade de apresentação do novo projeto que foi aprovado ontem (18).
O Supremo Tribunal
Federal (STF) considerou a distribuição atual do FPE inconstitucional e
determinou ao Congresso Nacional que aprovasse nova lei modificando o cálculo
de distribuição até o fim do ano passado. Como os parlamentares não conseguiram
cumprir o primeiro prazo, o ministro do STF Ricardo Lewandowski concedeu mais
150 dias para a votação de novo projeto de lei. O prazo vence no fim deste mês.
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