NATAL
Vereadores de
Natal rejeitam projeto de lei que visava anulação de reajuste de salários
Por 19 votos a 7,
os vereadores de Natal rejeitaram projeto de lei de autoria do vereador Sandro
Pimentel (PSOL) que pretendia anular reajuste dos vencimentos, de R$ 12 mil
para R$ 15 mil. Pimentel disse que Natal não tem condições de pagar salários
acima do que são pagos pela câmaras de outras capitais brasileiras. O reajuste
foi aprovado em dezembro do ano passado para vigorar na nova legislatura,
iniciada este ano. Detalhe: o reajuste, que contempla também o prefeito, a
vice-prefeita e os secretários da Prefeitura do Natal, ainda não foi
implantado.
A discussão
começou depois que o vereador Aroldo Alves (PSDB) pediu a palavra e disse não
aceitar que um integrante do Poder Legislativo ajude a manchar a imagem da
Câmara, referindo-se às críticas feitas pelo autor do projeto. Sandro Pimentel
pediu direito de resposta, que foi concedido pelo presidente da casa, Albert
Dickson, do Partido Progressista.
A vereadora Amanda
Gurgel (PSTU) tratou de elevar a temperatura dos debates quando disse que os
vereadores deveriam se envergonhar do salário que recebem. Disse também
que a imagem da Câmara está manchada há muito tempo.
O vereador Júlio
Protásio (PSB) preferiu o caminho jurídico e legal, argumentando que a
alteração de valores dos vencimentos dos vereadores deve ser aprovada numa
legislatura para vigorar na seguinte. Acompanhando o entendimento da Comissão
de Justiça e Redação Final e também da Procuradoria Geral da Câmara, o vereador
disse então que o projeto de autoria de Sandro Pimentel é inconstitucional.
Adão Eridan (PR)
pôs ainda mais lenha na fogueira ao dizer que está cansado de “vereador
demagogo e picareta”. Disse, a exemplo de outros colegas, que usa os salários
para dar assistência à população. Lembrou, também, que a quando Câmara apreciou
projeto para criação de 80 novos cargos de assessores para novos vereadores,
alguns se rebelaram. “Pergunte então quantos só indicaram seis ou sete
vereadores? Nenhum. Todos indicaram os dez assessores a que tinham direito,
totalizando 21 mil reais a mais”, desafiou Adão, conhecido por suas declarações
duras e polêmicas.
Luiz Almir disse
que não abre mão de nenhum centavo. Vereadores como Júlio Protásio, Aquino Neto
e Paulinho Freire lembraram que um artigo do regimento interno da Câmara
permite que o vereador possa abrir mão de parte ou de todo o seu salário. “Se aqui
existem cinco vereadores que são contrários ao aumento, acho que devem dar o
exemplo, abrindo mão do aumento. O exemplo talvez contaminasse o Parlamento”,
conclamou Júlio Protásio.
Depois de ouvir
muitos argumentos contrários ao projeto, Sandro Pimentel lembrou que a
legislação determina que o reajuste dos vencimentos deve ser fixado antes da
eleição e, no caso de Natal, 12 vereadores votaram pelo reajuste dos próprios
salários em dezembro. Pimentel anunciou que vai divulgar a listagem dos
vereadores que votaram contra a anulação do reajuste.
Após a votação,
Paulinho Freire pediu mais cautela aos vereadores para evitar declarações duras
como as de Adão Eridan e ameaças de divulgar a listagem de votos como fez
Sandro Pimentel.
defato.com
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