SAÚDE
Campanha de Vacinação Contra a Febre Aftosa
Este ano a campanha tem um significado especial. É que o
Rio Grande do Norte acaba de conquistar o status de área livre da febre aftosa
com vacinação, um objetivo perseguido há quase duas décadas por técnicos e
criadores.
O anúncio oficial do novo status sanitário do estado deverá ser feito nos
próximos dias pelo ministro da agricultura, Antônio Andrade, em Natal. Além do
Rio Grande do Norte, ele deverá anunciar também como zonas livres da febre
aftosa com vacinação os estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Maranhão e
Ceará.
Até agora os criadores potiguares acumulavam prejuízos com os impedimentos
legais impostos às zonas de risco
médio para a febre aftosa, antigo status do RN. A reclassificação do Rio Grande do
Norte representa a garantia da sanidade do nosso rebanho e o fortalecimento de
todo sistema de defesa do estado, significando um grande impulso econômico para
o segmento agropecuário. Com o novo status, as portas dos mercados nacional e
internacional para a comercialização dos animais e produtos e à participação em
grandes feiras e exposições por todo o país estão abertas, sem a necessidade de
submeter os animais às quarentenas, de elevado custo, que muitas vezes
inviabilizavam as exportações especialmente dos animais de genética
elevada.
O Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio
Grande do Norte (Idiarn), vinculado à Secretaria da Agricultura, da Pecuária e
da Pesca (Sape), é responsável pelo controle e erradicação da febre aftosa no
estado.
A diretora geral do órgão, Leonice Freitas, comemora a
conquista do novo status sanitário: “Este é o reconhecimento de um trabalho que
o Governo do Estado realizou de mãos dadas com os criadores. Cumprimos todas as
exigências impostas pelo Ministério da Agricultura realizando campanhas de
conscientização, qualificando nossos técnicos, equipando o Instituto e
aumentando a fiscalização”.
Para ela, o fruto de todo este trabalho veio com o
resultado do inquérito soroepidemiológico que confirmou a inexistência do vírus
da febre aftosa circulando no território estadual.
Durante o processo foram feitas visitas de monitoramento
a algumas propriedades selecionadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) com base na movimentação de trânsito, analisando o banco
de dados do Idiarn. Foram analisadas 4.301 amostras de sangue de bovinos e
1.980 amostras de pequenos ruminantes.
Este ano a meta da campanha é ampliar o índice vacinal de
80% para 90%, condição imposta pelo MAPA para a manutenção do status. Para
isso, é fundamental que após vacinar o rebanho, o criador procure até o dia 15
de julho um escritório do Idiarn ou da Emater-RN para fazer a declaração de
vacinação.
Além de ser obrigatória a declaração de vacina, Leonice
Freitas lembra que somente com este documento o criador pode solicitar ao
Idiarn a emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA), para transportar seu rebanho
pelo estado, e que partir do dia 16 de julho a Companhia Nacional de
Abastecimento (CONAB) irá exigir a declaração para a venda de milho subsidiado
aos produtores. A multa para quem vacinar e não declarar chega a R$ 212 por
cabeça.
O secretário estadual da agricultura, da pecuária e da
pesca, Júnior Teixeira, destaca que além da declaração de vacina, o criador
também irá cadastrar os animais do rebanho.
“É importante que todos colaborem vacinando e declarando.
Com a forte seca que dizimou centenas de animais, mas que os pecuaristas estão
vencendo bravamente, precisamos recontar o rebanho do nosso estado. Com base no
número atualizado de bovinos e bubalinos será possível formular políticas
públicas e traçar estratégias eficientes de ampliação do índice vacinal, como
exige o Ministério da Agricultura.”
Júnior Teixeira ressalta ainda que, além de ser condição
para a manutenção do novo status sanitário, a atualização do cadastro de
animais vai possibilitar também a modernização do monitoramento dos rebanhos
com a implantação do controle de aquisição e venda de vacinas através do
Sistema de Integração Agropecuária (SIAPEC).
O Sistema vai permitir que todo o volume comercializado
seja acessado pelo Idiarn em tempo real, identificando a origem e destino final
do produto.
O SIAPEC vai facilitar o controle do cadastro pecuário,
já que só será permitida a venda de vacinas para produtores cadastrados,
evitando a duplicação do cadastro, pois no ato da declaração de vacinação se
visualizará todas as informações referentes aos quantitativos, dados da vacina
e do produtor declarante.
“O SIAPEC é um importante avanço tecnológico no serviço
de defesa e inspeção agropecuária. Ele vai facilitar a vida de todos os
envolvidos nessa cadeia produtiva. Graças a este sistema, vamos oferecer aos
criadores muito em breve a possibilidade de emitir GTAs e declarações de
vacinação, por exemplo, via internet, evitando o deslocamento até os
escritórios do Idiarn e Emater. Quem não tiver acesso a internet em casa,
poderá utilizar os computadores dos sindicatos rurais,” anunciou o secretário
Júnior Teixeira.
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