O presidente da
Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), desistiu de ter dois
carros utilitários esportivos exclusivamente à sua disposição no Rio Grande do
Norte, seu estado natal. Sete dias depois do lançamento do edital para o
aluguel dos dois veículos, ambos com ar condicionado e direção hidráulica e um
deles blindado, o presidente determinou ao diretor-geral da Câmara, Sérgio
Sampaio, que cancelasse a licitação para a contratação da empresa fornecedora
dos carros.
– A licitação
está cancelada. O presidente vai ficar andando com o carro dele – disse Sérgio
Sampaio ao GLOBO na noite desta terça-feira, depois de receber uma ligação de
Henrique Alves.
Minutos antes, o
diretor-geral – indicado ao cargo pelo presidente da Câmara – havia defendido o
aluguel dos dois veículos, sob a justificativa de que o contrato baratearia os
custos com o transporte de Henrique Alves em seu estado natal. O edital de
licitação publicado pela Câmara estimou um custo anual de R$ 222,3 mil com o
aluguel dos carros, conforme noticiou o jornal “Folha de S.Paulo”.
– Como a
presidenta da República, o presidente da Câmara não deixa de ser presidente no
seu estado. Não dá para pedir a ele que pegue um táxi. No estado de origem, é
certa sua presença e, portanto, sai muito mais barato alugar por meio de
contrato – afirmou o diretor-geral antes de receber a ligação de Henrique
Alves.
A escolha da
empresa ocorreria por meio de pregão eletrônico. Conforme as descrições do
edital, divulgado no dia 2, os carros serviriam para “escolta e transporte
rodoviário seguro do presidente da Câmara dos Deputados no estado do Rio Grande
do Norte”. O ano de fabricação deveria ser 2012 ou 2013, tração quatro por
quatro, motor de seis cilindros e no mínimo 275 cavalos de potência. Outras
exigências do edital eram freio ABS nas quatro rodas, airbags frontais e
laterais e retrovisores retráteis. O prazo do contrato seria de ao menos um
ano, podendo ser prorrogado a critério da Câmara.
O custo mensal do
veículo blindado foi estimado em R$ 10,5 mil e o do carro sem blindagem, em R$
8 mil. Os valores não incluíam serviços prestados por motoristas.
Depois de dar
carona a sete parentes e amigos num avião da Força Aérea Brasileira (FAB), para
assistir ao jogo da seleção brasileira no Estádio do Maracanã, no Rio, Henrique
Alves devolveu R$ 9,7 mil aos cofres públicos. O dinheiro equivale aos gastos
que o seleto grupo teria com passagens aéreas para se deslocar de Natal ao Rio,
onde assistiu à final da Copa das Confederações em 30 de junho.
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