O movimento não
pode parar!”. Enquanto todas as pautas reivindicadas não forem atendidas, os
manifestantes da Revolta do Busão permanecerão nas ruas. Essa é a ideologia que
vem sendo retransmitida a todo instante pelas redes sociais, que já apontam
novo calendário de ações em Natal. A capital potiguar presenciará mais dois
atos em menos de uma semana, sendo o primeiro agendado para esta sexta-feira
(19), com concentração às 16h no shopping Via Direta, e outro para
segunda-feira (22), às 9h, na Câmara Municipal de Natal.
Segundo membro do
diretório de comunicação da Revolta do Busão, Tiago Azevedo, diversas frentes
de trabalho, através da realização de plenárias, formularam as seguintes pautas
a serem discutidas nesses movimentos: paralisação imediata do Projeto de Lei
95/2013 enviado pelo prefeito à Câmara, que trata da Licitação de Transporte
Público em Natal; abertura das contas do Sindicato das Empresas de Transporte
Urbano (Seturn); Passe Livre para estudantes e desempregados e retorno de
linhas extintas.
Além disso, o
movimento ainda reivindicará o fim da dupla função do Motorista/Cobrador;
redução imediata das tarifas em toda Grande Natal; acessibilidade no transporte
público para pessoas com mobilidade reduzida; integração entre ônibus e
transportes alternativos; criação do Fórum Popular Permanente de Lutas;
circulação de ônibus 24h por dia; construção de corredores exclusivos para
ônibus, bem como malha viária para ciclistas.
Apesar das
constantes mobilizações, a participação do povo nos protestos está caindo,
demonstrando um possível enfraquecimento. “O movimento tem ciclos. Já cresceu e
já diminuiu, porém o mais importante é o caráter pedagógico de as pessoas
decidirem buscar mudanças e participar de maneira direta no diálogo com os
representantes”, declarou Tiago Azevedo.
Nestes novos atos,
os representantes da Revolta do Busão descreveram uma necessidade de continuar
a buscar melhorias para a capital potiguar, por isso a constante convocação
para as mobilizações. O grupo reafirma problemas no transporte público
natalense, reclamando de veículos sucateados, motoristas acumulando funções,
ausência de linhas de ônibus e paradas destruídas. Além disso, está sendo
discutido entre os manifestantes o requerimento de um novo valor nas passagens,
passando de R$ 2,20 para R$ 2.
Ainda não foram
especificados os trajetos a serem seguidos nos próximos dois atos e a Polícia
Militar também não se pronunciou sobre como vai atuar nesta nova passeata.
Durante as últimas manifestações, o comércio fechou e as linhas de ônibus foram
reduzidas ou recolhidas pelas empresas às garagens como forma de se prevenir
contra possíveis agressões de grupos de vândalos que agem paralelamente às
manifestações.
Momento
de preocupação e vigília
O protesto
agendado para segunda-feira (22), na Câmara Municipal de Natal, tem um objetivo
bem específico que é atingir as discussões sobre a Licitação do Transporte
Público, que ganhou uma programação de audiências públicas entre vereadores e
interessados no sistema. Segundo Tiago Azevedo, o projeto de lei encaminhado
aos parlamentares pelo Governo Municipal trata de temas que vão além da simples
licitação, já que ele define o modo que o transporte público irá acontecer e
quem e de qual forma irá operá-lo.
Do jeito que está
sendo apresentado, o governo está “praticamente abrindo mão de um modelo de
transportes popular e que beneficie um modelo de cidade de bem estar social”,
declarou Tiago. Perguntado sobre se o movimento é contra a Licitação do
Transporte, o membro do protesto esclareceu. “Sim, considerando que este modelo
mantém tudo como está, sem apresentar possibilidade de melhorias e sendo
tratado como um custo para o cidadão comum e uma fonte de receita para
oligopólios e para o estado e o município, que arrecadam milhões com impostos”.
Ainda segundo
Azevedo, “só Seturn em seu consórcio almeja mais de 77% das linhas, as mais
lucrativas. Outras podem não voltar ou ser extintas. O momento é de preocupação
e de vigília”, disse.
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