A Polícia Federal
iniciou nesta quarta-feira (17) uma operação para prender uma quadrilha
especializada em fraudar o programa Minha Casa Minha Vida. A “Operação 1905”,
feita em parceria com a CGU (Controladoria Geral da União), cumpre oito
mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal, em São Paulo
(SP), Fortaleza (CE) e Brasília (DF).
O nome da
operação — 1905 — corresponde aos algarismos romanos usados para escrever a
sigla do programa habitacional — MCMV.
De acordo com a
PF, há servidores públicos envolvidos do esquema, que envolve instituições
financeiras, correspondentes bancários e empresas de fachada. O grupo estaria
desviando dinheiro para a construção de casas populares em cidades com menos de
50 mil habitantes.
Ainda segundo informações
da PF, há indícios de que ex-servidores do Ministério das Cidades também estão
ligados à quadrilha. Esses funcionários públicos têm conhecimento sobre o
programa e suposta influência junto ao ministério, o que facilita o programa.
A participação
deles era a de prestar serviços inexistentes e, em alguns casos, receber uma
compensação financeira, que seria uma espécie de “pedágio”, a partir da
cobrança de empresas contratadas para a construção de unidades habitacionais
que jamais foram construídas.
As investigações
apontam ainda que as empresas atuavam, ao mesmo tempo, na concessão e
fiscalização das obras, na indicação das construtoras, medição das obras,
liberação dos recursos e construção das casas, ou seja, o grupo investigado
atuava em todas as fases do programa Minha Casa Minha Vida, acumulando funções
incompatíveis entre si.
Os presos vão
responder por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, estelionato, tráfico
de influência e lavagem de dinheiro. No total, as penas podem atingir 32 anos de
prisão. A operação foi realizada após determinação do Ministro da Justiça, a
partir da veiculação de denúncias na imprensa.
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