Narcolepsia é um
distúrbio do sono caracterizado por sonolência excessiva durante o dia, mesmo
quando a pessoa dormiu bem à noite. Os ataques de sono podem ocorrer a qualquer
momento e em situações inusitadas: em pé dentro de um ônibus, durante a
consulta médica, dirigindo o automóvel, ou operando máquinas, por exemplo.
O sono normal
começa com o desligamento do controle muscular. Nessa fase, é um sono de ondas
lentas. Cerca de hora e meia depois, a pessoa entra na fase do sono REM, na
qual a atividade do cérebro é intensa e os olhos se movimentam. Os portadores
de narcolepsia saltam a etapa do sono de ondas lentas e entram direto,
subitamente, na de sono REM.
Causas
Fatores genéticos
estão envolvidos na narcolepsia, que é causada por alteração no equilíbrio
existente entre algumas substâncias químicas (neurotransmissores) do cérebro,
responsáveis pelo aparecimento do sono REM em horas inadequadas.
Em geral, o
distúrbio está associado a um alelo ligado ao complexo maior de
histocompatibilidade, ou seja, a uma proteína relacionada com a sonolência
excessiva durante o dia. Em cães, o gene responsável pela narcolepsia já foi
isolado.
Pancreatite é uma
inflamação do pâncreas, que pode ser aguda ou crônica. O consumo de álcool está
diretamente associado à maioria dos casos da doença.
A cataplexia,
isto é, a perda súbita e reversível da força muscular durante a vigília, é o
único sintoma exclusivo da narcolepsia. Os outros são: sonolência diurna
excessiva, anormalidades do sono REM, paralisia muscular e alucinações
hipnagógicas.
Diagnóstico
A polissonografia
e o teste de latências múltiplas são dois exames de laboratório importantes que
ajudam a estabelecer o diagnóstico da narcolepsia, que é diferencial, porque
considera as características de outros distúrbios do sono, como a apneia e a
insônia, por exemplo.
Tratamento
A pessoa com
narcolepsia pode apresentar vários episódios de sono irresistível durante o dia.
Se tiver a oportunidade de tirar um cochilo quando isso acontecer,
provavelmente acordará mais disposta, porque esses cochilos costumam ser
reparadores.
Os tratamentos da
sonolência excessiva e da cataplexia são diferentes, mas os remédios indicados
para um caso podem melhorar também o outro.
Uma substância
nova chamada motofanil, além da vantagem de não provocar efeitos colaterais
importantes sobre o sistema cardiovascular, tem-se mostrado eficaz para deixar
a pessoa mais alerta. Já os antidepressivos agem melhor sobre a cataplexia. Às
vezes, a solução terapêutica é combinar doses menores das duas classes de
medicamentos (estimulantes e antidepressivos).
Recomendações
* Procure
organizar sua agenda para tirar um breve cochilo, que é sempre reparador, nas
crises súbitas de sono que ocorrem nos casos de narcolepsia;
* Esteja atento:
a fraqueza muscular (cataplexia) pode ser desencadeada, quando a pessoa leva um
susto ou acha graça em alguma coisa e dá risada;
* Lembre-se de
que tratar a narcolepsia é importante para afastar o rótulo de preguiçoso e
dorminhoco que incomoda tanto os portadores do distúrbio;
* Saiba que a
narcolepsia não é uma doença grave, mas pode pôr em risco a vida das pessoas
que dirigem carros ou operam máquinas;
* Evite ingerir
bebidas alcoólicas ou outras substâncias que induzem o sono, pois só ajudam a
piorar o quadro.
Dr. Drauzio Varella
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