Na sexta semana
de exibição e enfrentando concorrentes como “Homem de Aço” e “Wolverine –
Imortal”, a comédia brasileira “Minha Mãe É uma Peça”, escrita e protagonizada
pelo (ex) desconhecido humorista Paulo Gustavo, ultrapassou a marca dos quatro
milhões de espectadores.
O número,
divulgado pela distribuidora do longa (Downtown Filmes), foi alcançado nesta
quarta-feira e poderá catapultar “Minha Mãe…” à posição de maior bilheteria de
um longa brasileiro no ano -mantida até agora por “De Pernas Pro Ar 2″, com 4,7 milhões.
“Eu estou
superfeliz, porque não sabia que o filme teria toda essa repercussão. Eu
batalhava há anos para levar a peça aos cinemas, mas era difícil, porque não
faço televisão aberta, não sou ator da Globo. Eu também tinha medo que não
desse certo”, conta Paulo Gustavo, que faz a série “Vai Que Cola”, no canal
Multishow.
“Minha Mãe É uma
Peça” já arrecadou R$ 43 milhões (custou pouco mais de R$ 5 milhões),
tornando-se o sexto maior filme do ano, ultrapassando a animação “Detona
Ralph”, da Disney. Além disso, é a melhor estreia de um comediante novato desde
a retomada do cinema brasileiro, em 1995.
Paulo Gustavo superou
Bruno Mazzeo (e os R$ 3 milhões de “Cilada.com”), Ingrid Guimarães (R$ 3,5
milhões com o primeiro “De Pernas Pro Ar”) e Leandro Hassum (R$ 3,4 milhões de
“Até Que a Sorte nos Separe”).
No filme,
adaptação de uma peça teatral homônima que percorreu com sucesso vários palcos
do país e segue em cartaz no Rio, Paulo Gustavo se traveste como dona Hermínia,
uma mãe superprotetora cujos instintos maternais atingem as raias da neurose. A
personagem é inspirada na própria mãe do ator e autor.
Toda
a família
“Eu sempre acreditei no filme, mas não esperava um sucesso desse tamanho”,
comemora Bruno Wainer, da Downtown Filmes, produtora e codistribuidora da
comédia.
“Atribuo isso a
três fatores: Paulo Gustavo, que é um talento acima do normal; o alto grau de
identificação das personagens com o público; e o fato de ser uma produção para
toda a família. A maioria das comédias tem uma fatia de público, mas essa não
tem.”
No fim de semana
passado, “Minha Mãe é Uma Peça” ficou em terceiro lugar nas bilheterias
nacionais, perdendo para “Wolverine – Imortal” e “Meu Malvado Favorito 2″, que estrearam semanas depois da comédia
dirigida por André Pellenz.
Mas a média de
público de 730 espectadores por sala só é superada pela adaptação do personagem
de quadrinhos protagonizada por Hugh Jackman. “Não é marketing, é um fenômeno
de boca a boca. Só lembro de um filme com curva parecida: ’2 Filhos de
Francisco’”, contra Wainer, que planeja a continuação da comédia.
“Eu falei para o
Paulo Gustavo que ele tem obrigação cívica de fazer essa sequência”, exagera o
executivo. “Mas ele só topará quando tiver uma ideia consistente. Mas imagino
que um segundo filme possa levar até oito milhões de espectadores aos cinemas.”
O autor da peça e
do roteiro do filme, além de seu protagonista, concorda que a continuação pode
ter mais público e mais salas.
“O primeiro foi um salto no escuro, porque ninguém me conhecia, mas um próximo
filme terá mais portas abertas. Tenho vontade de fazer, mas ainda estamos
conversando”, desconversa Gustavo, que revela que o sucesso mudou sua vida.
“Agora estou
sendo abordado nas ruas, a peça [em cartaz no Rio] está mais forte e estou
amadurecendo na profissão”, diz, sério, mas logo completando em seguida. “O
importante é que estou sendo mais azarado [no sentido carioca de assediado] na
balada. Vê se coloca uma foto bonita minha na matéria, tá?”
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