A Polícia Federal
deflagrou, na madrugada desta terça-feira (06), a Operação Hecatombe1 com o
objetivo de desarticular grupo de extermínio composto por integrantes de forças
policiais, que agia, principalmente, na Zona Norte do município de Natal. Ao
todo, a Justiça expediu 21 mandados de prisão preventiva, 32 mandados de busca
e apreensão e nove mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é levada
para prestar depoimento à força). Entre os 17 presos, sete são policiais
militares, e mais quatro pessoas, duas delas também policiais, são consideradas
foragidas. Um dos detidos não tinha mandado de prisão, mas foi flagrado, em sua
residência, com uma grande quantidade de armamentos.
Durante a
investigação, foram encontradas provas do envolvimento do grupo de extermínio
em vinte e dois homicídios consumados e em outras cinco tentativas de
assassinato. Ainda segundo a cúpula de segurança, o grupo também tinha como
meta os assassinatos de uma delegada da Polícia Civil, um promotor de justiça e
um agente da Polícia Federal, que trabalha na Secretaria Estadual de Segurança
Pública (Sesed).
A Polícia Federal
destacou que os motivos das execuções eram os mais variados e iam desde crimes
encomendados por terceiros, mediante pagamento de quantias em dinheiro,
disputas pelo controle de pontos de venda de drogas, meras brigas e discussões
até a queima de arquivo com a eliminação das testemunhas dos crimes perpetrados
pela quadrilha. As investigações também apontaram que o grupo tinha uma
variação de valores para executar as vítimas, entre R$ 500 e R$ 50 mil, assim
configurando que a quadrilha também atuava com pistolagem.
Segundo a PF,
alguns dos investigados possuem antecedentes por homicídio, sendo que um dos
integrantes do grupo já foi preso em posse de diversas armas de fogo,
supostamente utilizadas nos assassinatos. Um outro fato não confirmado, mas que
segue em investigação seria um plano de resgate do Grupo ao policial militar
Wendell Fagner Cortez, não descartado como um dos líderes do grupo, e que se
encontra preso na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na
Grande Natal.
Todos responderão
por crimes de homicídio qualificado praticado por grupos de extermínio e
constituição de grupo de extermínio. As penas máximas dos crimes cometidos
pelos principais integrantes do grupo podem chegar a 395 anos de prisão.
A Operação
Hecatombe1 contou com a presença de cerca de 215 policiais federais, que
cumpriram os mandados de prisão, busca e apreensão nos municípios de Natal/RN,
São Gonçalo do Amarante, Parnamirim e Cerro-Corá. Também participaram da
operação trinta policiais do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal, o
COT, especializado em operações de alto risco. A Operação ainda contou com o
apoio da Coordenação de Inteligência da Secretaria de Estado da Segurança e da
Defesa Social do RN.
Grupos
de extermínio formados por policiais
Nos últimos dois
anos, essa é a terceira operação desencadeada pela Polícia Federal para
desarticular grupos de extermínio. Em fevereiro de 2011, a Operação Sexto
Mandamento deu cumprimento a 19 mandados de prisão de policiais envolvidos em
grupos de extermínio no estado de Goiás e, em setembro de 2012, a Operação
Squadre fez cessar a atuação de uma quadrilha de milicianos composta por
policiais que agia na região metropolitana de João Pessoa/PB.
Jornal Defato
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