O
ministro da Agricultura, Antônio Andrade, assinou ontem (18) em Paragominas (PA)
instrução normativa reconhecendo o norte do Pará como zona livre de aftosa,
integrando totalmente o estado à área de segurança sanitária contra a doença,
porque o centro-sul já estava certificado. Andrade também anunciou que mais
sete estados brasileiros receberão o mesmo reconhecimento por meio de
instruções normativas que serão assinadas nos próximos dias. São eles Alagoas,
Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
Com a inclusão
das áreas, 99% do rebanho de bovinos e búfalos e 78% do território nacional
passam a ser livres da doença. Anteriormente, 89% do rebanho eram imunes e 60%
do território eram livres da febre.
Após o
reconhecimento pelo Ministério da Agricultura, o próximo passo é enviar pleito
à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) solicitando o aval internacional
para as novas áreas. A solicitação será feita em outubro e a expectativa é que
o certificado da OIE seja obtido em maio de 2014. O objetivo do Brasil é obter
da entidade o statusde país
livre da doença até 2015.
Para isso, é
preciso esforço para imunizar os rebanhos do Amapá, de Roraima e de parte do
Amazonas. As três áreas ainda são consideradas de alto risco. Antônio Andrade
disse neste domingo que o governo intensificará o trabalho para que os três
locais alcancem reconhecimento.
“Quando esses
estados forem certificados pela OIE, 78% do território nacional serão
reconhecidos internacionalmente como livres de febre aftosa, diminuindo as
restrições de trânsito interno e possibilitando a abertura de vários mercados
ainda inacessíveis para os produtos dessa zona”, explicou.
De acordo com
Guilherme Marques, diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da
Agricultura, os municípios do Amazonas que ainda não foram certificados devem
evoluir para área de médio risco nos próximos dias.
O norte do Pará e
os outros estados prestes a serem declaradas livres de febre aftosa também eram
considerados de médio risco para a doença até este domingo. Já são certificados
como áreas livres da doença com vacinação os seguintes estados: Acre, Bahia,
Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
As áreas
certificadas incluem ainda o Distrito Federal e os municípios de Guajará e Boca
do Acre, no Amazonas, todos reconhecidos como livres de aftosa com vacinação. O
estado de Santa Catarina é a única área no Brasil considerada livre da doença
sem necessidade de vacinação, desde 2007.
Para combater o
problema da aftosa, o governo criou em 1992 o Programa Nacional de Erradicação
e Prevenção Contra a Febre Aftosa. A doença causa febre e aparecimento de aftas
na boca e nos pés de bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos. Ela é causada
por um vírus e é contagiosa. O último foco de aftosa no Brasil foi detectado em
2006 nos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná.
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