Rodoviários protestam contra violência no sistema (Foto: Luiz Alberto Fonseca/G1 |
Vinte assaltos em
cinco dias. O número é referente ao mês de agosto, mas ilustra uma realidade
que tem se agravado em Natal. Os crimes no transporte urbano da capital mais do
que dobraram nos sete primeiros meses de 2013 quando comparados ao ano passado. A insegurança
motivou o protesto dos motoristas na manhã desta segunda-feira (5). As
polícias Militar e Civil alegam dificuldades para coibir os assaltos.
Mesmo levando em
conta apenas os dados até o dia 5 deste mês, ainda se tem o dobro de assaltos.
Até esta segunda foram 427, enquanto que de janeiro a agosto de 2012 o número
chegou a 185 (veja tabela completa no fim da matéria). As informações foram
enviadas ao G1 pelo Sindicato das Empresas de Transporte
Urbano de Passageiros do Município de Natal (Seturn). O mês com maior ocorrência de
crimes foi junho, quando houve registro de 102 assaltos. No mesmo período do
ano passado foram 29 crimes.
Para
o subcomandante do Policiamento Metropolitano, coronel Alarico Azevedo, as
prisões estão acontecendo, porém a eficácia da segurança não depende só da
Polícia Militar. “São várias vertentes. Somos apenas uma andorinha no sistema.
Fazemos a abordagem, mantemos as barreiras e blitzen, prendemos, mas ficamos
amarrados em alguns fatores”, ressalta. Uma das dificuldades está nas vias que
saem da jurisdição da PM, como trechos das avenidas Tomaz Landin e Mor Gouveia.
Azevedo cita o
“pós-crime” e o trabalho de investigação para conter a onda de assaltos. Outra
dificuldade decorre da quantidade de crimes cometidos por adolescentes, que são
presos e liberados por serem menores de idade. Na semana passada foi registrado
um caso em queum menino de 9 anos
tentou assaltar um ônibus na
companhia de um adolescente de 17. À polícia, ele confessou que aquela era a
terceira vez que assaltava.
De acordo com o
delegado Atanásio Gomes, da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos (Defur),
90% dos suspeitos de assaltos a ônibus são menores de idade. O titular da Defur
conta que existe um inquérito especial para investigar os crimes, mas além da
falta de estrutura e pessoal para trabalhar, pesa na conta a dificuldade para
conseguir a colaboração das vítimas.
“Faço um apelo
para que além do Boletim de Ocorrência (BO), as vítimas venham à delegacia
prestar depoimento”, afirma. O delegado conta que tem uma lista de suspeitos
dos assaltos e precisa desse apoio para identificá-los. “Dificulta ainda o fato
dos assaltantes atuarem muito pulverizados. São vários grupos responsáveis
pelos crimes. Tem gente que faz três assaltos no mesmo dia”, informa Atanásio
Gomes.
Entre as
principais reivindicações do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes
Rodoviários do Rio
Grande do Norte (Sintro/RN) está a criação de uma delegacia
especializada para investigar a violência no sistema de transporte. O
presidente do Sintro/RN, Nastagnan Batista, informa que os ônibus seguirão para
a Governadoria com o objetivo de entregar a pauta.
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