A mulher que deu
nome à Lei Maria da Penha afirma que é preciso garantir um futuro sem violência
aos nossos descendentes e avalia que isso só será possível quando todos se
empenharem em garantir a aplicação da lei. “A violência atinge todas as classes
sociais. A filha de um juiz, de um industrial ou de qualquer pessoa pode ser
vítima da violência”, diz em entrevista exclusiva concedida ao programa STJ
Cidadão, que traz nesta semana um especial sobre a Lei Maria da Penha, que
completou sete anos nessa quarta-feira (7).
Segundo ela, a lei veio para equilibrar de fato a igualdade entre homens e
mulheres prevista na Constituição Federal. “Esse equilíbrio só existia no
papel, e a lei veio para educar as pessoas a combater a cultura machista e
buscar uma realidade de igualdade”, afirma.
Maria da Penha, que preside um instituto com o seu nome para ajudar a
conscientizar mulheres vítimas da violência, diz que a grande luta hoje é para
que todas as cidades tenham políticas de proteção a essas mulheres e que as
delegacias funcionem 24 horas todos os dias. “Tem locais onde a delegacia da
mulher só funciona de segunda a sexta e sabemos que é aos sábados e domingos
que a violência é maior, pois geralmente o agressor está em casa e bebendo”,
explica.
É preciso também, segundo ela, mudar a concepção que muitas mulheres têm do que
seja violência: “quando a mulher chega à delegacia, não é a primeira vez que
foi agredida, já é a gota d’água na vida dela. Ela acredita que a violência
ocorre apenas na hora em que fica com um ferimento físico e desconhece a
violência moral, psicológica, sexual...”.
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