ASSÚ - Com a participação de representantes de nove
entidades cooperativistas que atuam no setor em todo o Estado, ocorreu na
última semana, em Assú, o penúltimo encontro trimestral da cadeia produtiva da
cajucultura. O evento teve lugar ao auditório do escritório regional do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Norte
(Sebrae/RN).
Um assunto atraiu a preocupação de todos em particular: a substancial redução
da produtividade do segmento. A discussão envolveu, além dos dirigentes de
organizações que atuam no beneficiamento da castanha do caju, representantes de
entidades e instituições parceiras, como o próprio Sebrae, a Fundação Banco do
Brasil (FBB) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
(Emparn).
"Hoje, infelizmente, a cajucultura do Estado está num processo de
decadência", descreveu o presidente da Cooperativa dos Pequenos Produtores
do projeto de assentamento Novos Pingos (Coopingos), em Assú, Manoel Cristiano
da Cunha. Ele frisou que é perceptível que, anualmente, a produção tem
decrescido. Por esta razão o tema foi preponderante no encontro de
quinta-feira, uma vez que o problema requer uma solução.
"O que a gente quer e deseja é que seja possível reverter este quadro [de
queda da produção]", acrescentou o líder cooperativista. Manoel Cristiano
disse que por conta dos dois anos de prolongada estiagem mais de 80% dos
pomares de cajueiro gigante extinguiram-se. Uma opção suscitada na reunião foi
a substituição do cajueiro gigante pelo espécime anão precoce. A alternativa é
vista como viável pelo pesquisador José Simplício Holanda, da Emparn.
"Estamos enfrentando esta problemática com relação à cajucultura, não só
no nosso Estado, mas no Nordeste todo", observou o pesquisador. Ele frisou
que, apesar ser uma árvore originária do Norte/Nordeste, hoje o país perdeu a
condição de maior produtor mundial para outras nações, citando Índia, Vietnã e
alguns países do continente africano. "O fato é que hoje estamos vivendo
este declínio e o Brasil é o quinto país do mundo em produção de
castanha".
POSSIBILIDADES
O pesquisador da empresa estadual vê como alguns fatores
que poderiam estar levando a tal cenário a idade dos pomares - em média de 40 a
50 anos - a falta de manejo na atividade por parte dos produtores rurais. O
próximo encontro de avaliação será realizado em dezembro. Na reunião realizada
em Assú compareceram delegações dos municípios do Assú, Severiano Melo, Apodi,
Vera Cruz, Macaíba, Touros e Portalegre.
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