Um adolescente de 16 anos e sua mãe, duas das testemunhas
do inquérito que investiga o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo
de Souza, foram retirados na madrugada de hoje (21) do Rio de Janeiro pela
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com a ajuda da
Polícia Federal. Os dois pediram para ingressar no Programa de Proteção à
Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte, do governo federal.
O pedido deve ser analisado em até uma semana, mas como
eles corriam risco de morrer, a Secretaria de Direitos Humanos optou por
retirá-los da cidade do Rio e levá-los para um destino não divulgado, enquanto
o pedido de ingresso no programa é analisado. Os dois já estão "sob
proteção federal", segundo nota da secretaria.
Uma das testemunhas do caso, o adolescente havia
inicialmente dito, em depoimento, que Amarildo de Souza foi morto por um
traficante da Rocinha. Em seguida, o jovem disse que foi coagido pela Polícia
Militar para dar o depoimento.
Amarildo de Souza desapareceu no dia 14 de julho e,
segundo sua família, foi visto pela última vez quando estava sob custódia da
Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, onde ele morava. O
Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte proporciona
ajuda com moradia e com a reinserção da pessoa no novo ambiente.
O desaparecimento de Amarildo foi lembrado em
manifestações em diversas cidades do país. Durante os protestos era comum os
manifestantes carregaram cartazes perguntando "Onde está Amarildo?".
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