A Secretaria da Saúde Pública (Sesap) do Rio Grande do
Norte começa a distribuir, para todas as unidades regionais de
saúde, um material educativo que trata da campanha nacional que alerta sobre os
perigos do consumo e a iniciação precoce ao narguilé, tipo de cachimbo oriental
também conhecido como 'cachimbo d'água'.
Participar de uma sessão de fumo de narguilé por uma
hora, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), equivale a consumir cerca de 100 cigarros. Além de incluir 4,7
mil substâncias tóxicas presentes no cigarro comum, o fumo do narguilé possui
concentrações superiores de nicotina, monóxido de carbono, metais pesados e
substâncias cancerígenas, de acordo com o instituto. Quase 300 mil pessoas em
todo o país consomem o narguilé, segundo estudo feito no ano passado pela
Pesquisa Especial sobre o Tabagismo (PETab), realizada pelo Inca junto com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Lizabeth Guimarães, coordenadora do Programa
Estadual de Controle do Tabagismo no Rio Grande do Norte, “da mesma forma que o
cigarro, o uso do narguilé está associado ao desenvolvimento do câncer de
pulmão, de doenças respiratórias como a enfisema pulmonar, doença periodontal,
entre outras, além de proporcionar ao organismo a exposição a doses suficientes
de nicotina que causam dependência. Como o narguilé pode ser usado por várias
pessoas simultaneamente, também há riscos de se contrair doenças infectocontagiosas
como herpes, hepatite C e tuberculose”, alerta.
Conhecido também como cachimbo d' água ou shisha ou
hookah, o narguilé é um dispositivo para fumar, tipo um cachimbo, no qual o
tabaco é aquecido por um fogareiro onde se usa carvão para queimar o fumo e a
fumaça gerada passa por um filtro de água para ser resfriada, antes de ser
aspirada pelo fumante, por meio de uma mangueira. Como qualquer outro produto
derivado do tabaco, o narguilé contém nicotina e as mesmas 4.700 substâncias
tóxicas do cigarro convencional.
Lizabeth Guimarães alerta que um dos maiores perigos no
uso do narguilé são as misturas que alguns usuários estão fazendo, como o
acréscimo de drogas ilícitas, líquidos inflamáveis como o álcool e alguns
metais pesados que podem causar dependência química, além de grandes estragos
ao organismo. Ela cita o exemplo de um rapaz no Paraná que sofreu queimaduras em 70% do corpo, após
misturar álcool ao carvão utilizado no narguilé. O dispositivo explodiu e o
rapaz sofreu queimaduras graves no rosto e em todo o corpo.
G1RN
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