O
afastamento do PSB do governo federal em nome da candidatura de Eduardo Campos
à Presidência da República em 2014 poderá obrigar o PT a lançar mais nomes
próprios nas disputas estaduais do que o inicialmente planejado por seus
dirigentes.
O rearranjo da estratégia deve ocorrer em
Pernambuco, Estado governado por Campos, no Ceará e no Espírito Santo, ambos
também sob comando socialista. O plano inicial do PT para essas três disputas
era apoiar a eleição ou a reeleição dos candidatos do PSB.
Em
troca, teria palanques locais fortes para a campanha da presidente Dilma
Rousseff à reeleição --uma das prioridades dos petistas-- e participação
relevante na composição local, seja como vice-governador, seja com candidato ao
Senado.
A meta de um palanque forte por Estado para
Dilma corre risco com a confirmação da candidatura Campos.
O temor existe mesmo onde socialistas e
petistas têm boa relação, como no Espírito Santo. Na avaliação do PT, Campos
teria meios para inviabilizar espaços para Dilma nas campanhas locais.
Restaria ao PT, dessa forma, lançar nomes
próprios e ir para o enfrentamento direto com o PSB.
Em Pernambuco, o deputado e ex-prefeito do
Recife João Paulo Lima e Silva passou a ser apontado como o petista com maior
probabilidade de assumir a tarefa de ser o candidato de Dilma a governador em
2014. "Devemos trabalhar com candidatura própria", afirma o deputado
Pedro Eugênio, presidente do PT pernambucano.
Outro caminho, diz, seria se aliar ao PTB,
sigla da base do governo federal que quer lançar o senador Armando Monteiro
Neto a governador.
O PSB de Pernambuco não tem candidato
natural. Qualquer nome que for indicado por Campos, no entanto, tende a ser
competitivo.
No Ceará e no Espírito Santo, os governados
socialistas Cid Gomes e Renato Casagrande defenderam dentro do PSB apoio à
reeleição de Dilma. A dúvida é saber se eles teriam força para manter essa
posição durante a campanha de Campos.
DESEJO
Uma alternativa possível para os petistas
no Espírito Santo seria lançar o ex-prefeito de Vitória João Coser a
governador. "É o primeiro nome a ser lembrado", diz a deputada e
ex-ministra Iriny Lopes, integrante do diretório nacional do PT.
Líder da bancada petista na Câmara dos
Deputados, José Guimarães, do Ceará, diz que ainda trabalha com a hipótese de
união do PT com Cid Gomes e o PMDB no Estado.
Cid está no segundo mandato e também não
tem candidato natural à sucessão.
No arranjo desejado por Guimarães, caberia
ao PT a vaga ao Senado, pleiteada por ele próprio. Mas se houver necessidade de
um palanque de emergência para Dilma, diz, ele mesmo sairia candidato ao
governo cearense.
Em alguns outros Estados comandados pelo
PSB, como Piauí e Paraíba, o distanciamento entre petistas e socialistas já
estava consumado antes do desembarque do partido de Eduardo Campos do governo
federal.
Na Paraíba, o PT é oposição ao governador
Ricardo Coutinho, candidato à reeleição, e tende a formar um bloco com o PP, do
ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades), que pode ser candidato.
No Piauí, embora faça parte do governo de
Wilson Martins, o PT já programava lançar nome próprio à disputa de 2014. Será
o líder do partido no Senado, Wellington Dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
obrigado pela sua participação