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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

POLÍTICA - Garibaldi defende candidatura do PMDB e lança Geraldo Melo e Fernando Bezerra

O ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), disse hoje que o PMDB não abrirá mão de ter candidatura própria a governador do Rio Grande do Norte nas eleições de outubro de 2014. Em entrevista ao “Jornal da Cidade” (94 FM), ele se colocou como opção da legenda para disputar o governo novamente.
Garibaldi afirmou que foi feito um acordo em que ele e outras lideranças do PMDB, inclusive o presidente de honra da sigla, ex-senador e ex-governador Geraldo Melo, e o empresário Fernando Bezerra (PMDB), se postam como pré-candidatos do partido, ao lado do líder do PMDB na Assembleia Legislativa, deputado Walter Alves (PMDB), e o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo (PMDB).
Além desses, há possibilidade de o PMDB receber até setembro a filiação de alguém que possa se candidatar pelo partido. Neste caso, os nomes em vista seriam os empresários Flavio Rocha, da Riachuelo, e Marcelo Alecrim, da Ale. Ambos foram convidados por Henrique para se filiar ao PMDB e se candidatar a governador. O prazo para filiação com vistas à disputa eleitoral do ano que vem vai até o final de setembro.

COGITADOS
Garibaldi disse que, a partir de um acordo feito na reunião da executiva do PMDB, na última sexta-feira, todos esses nomes – o dele, de Walter, de Henrique, de Fernando e de Geraldo – passam a ser efetivamente cogitados. “Ninguém preliminarmente pode dizer não. Nem eu que estava dizendo não à vontade”, disse.
Sobre os candidatos serem preferencialmente ele, Henrique ou Walter, respondeu: “Eu não sou hipócrita e ninguém deve ser hipócrita de dizer que a liderança do partido é exercida por nomes da família, mas nós não podemos fechar a cogitação, a porta, para a cogitação de nomes como Fernando Bezerra, que hoje está nos quadros do PMDB, o próprio Geraldo Melo, que hoje está nos quadros do PMDB, e outros nomes que possam até querer vir, porque a porta ainda está aberta até o final de setembro”, afirmou o ministro. “Vamos tratar de exaurir isso também”.

PLANEJAMENTO
Garibaldi confirmou que o PMDB constituiu um grupo de trabalho para pensar o Rio Grande do Norte, tendo em vista à constatação de que a maior queixa da população é quanto à falta de planejamento em relação ao Estado. O grupo será coordenador por Geraldo Melo, e por Jaime Mariz, ex-secretário de Planejamento do Estado e atual secretário-executivo do Ministério da Previdência.
“Nós já estamos, por indicação do deputado Henrique, constituindo um grupo de pessoas estudiosas. Estavam presentes nessa reunião dois membros da executiva – se Geraldo Melo me permite – um de uma geração mais velha e outro de uma geração mais nova, Geraldo e Jaime Mariz, que vão, à frente o próprio Geraldo Melo, que é mais experiente, constituir esse grupo para oferecer as ideias”, informou o ministro.
Segundo ele, “o que se diz e é verdade é que no governo da governadora Rosalba não se tem nenhum planejamento adequado”. Aliás, segundo ele, “o grande problema do Brasil todo é falta de planejamento, as coisas são muito feitas ao sabor da improvisação. Então, o que é que nós vamos querer? É exaurir essas possibilidades. Nós temos aí um leque de nomes, nós temos que pegar uma pesquisa qualitativa, porque todo partido faz”, observou.

“Só serei candidato a governador em último caso”
Ainda em sua entrevista ao Jornal da Cidade, o ministro Garibaldi Filho disse que só será o candidato do PMDB a governador “em último caso”, porque prefere que seja outro o escolhido. “Estou posto, porque foi feito um acordo e eu não posso fugir desse acordo. Agora, eu não desejo. Eu vou em busca de outros nomes que possam se constituir em uma opção, e não eu. O meu desejo é de não ser, eu só iria em um último caso, se dissessem ‘não temos um outro nome’”, pontuou.
Segundo analisou, a última vez que foi considerado governador de férias ele foi derrotado. “E nessa história de que não temos outro nome foi que eu caí muitas vezes, porque diziam ‘só tem o seu nome’ e essa história de governador de férias foi que uma vez me trouxe uma derrota, a única derrota”.
Entretanto, Garibaldi disse não poder deixar de honrar compromisso assumido de colocar o nome à disposição. “Não posso deixar de honrar aquele compromisso que foi assumido e dizer como eu estava dizendo. Eu estou com o pé mais fora do que dentro. Vá lá que vão dizer que eu sou o tipo de político manhoso, eu não gosto dessa expressão; a pessoa pensa que está me agradando, mas não está. Cada pessoa merece ser compreendida”, afirmou.
E insistiu: “Me entendam: eu não pude dizer ‘tô fora’, porque aí seria uma falta de colaboração absoluta, porque, qual foi a decisão lá? O partido vai romper, mas não vai abrir mão de ter uma candidatura própria, porque, se o partido rompe, e diz que não tem candidato, o partido está rompendo e vai ser cobrado, não vai ter alternativa?”.

“Fui deixado de fora do jantar, não fui nem mesmo convidado”
O ex-governador Garibaldi Filho queixou-se de não ter sido convidado para participar de um jantar na residência do presidente do PPS no Rio Grande do Norte, ex-deputado Wober Júnior, na última sexta, em homenagem ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo (PMDB), com lideranças da oposição. Segundo o ministro, tratou-se de uma espécie de “jantar de trabalho político”, que reuniu, além de Henrique, o prefeito Carlos Eduardo (PDT), o vice-governador Robinson Faria (PSD) e a vice-prefeita Wilma de Faria (PSB), além do empresário Fernando Bezerra (PMDB).
Na oportunidade, discutiu-se quem poderia ser candidato a governador, com cada um dos presentes indicando três candidatos. Os votos foram para Robinson, Henrique, Wilma, Carlos Eduardo e Fernando Bezerra. Ninguém citou Garibaldi. Apenas Fernando Bezerra lembrou Walter Alves, líder do PMDB na Assembleia Legislativa. Em sua entrevista ao “Jornal da Cidade”, hoje, o ministro, maior liderança eleitoral do Estado, manifestou sua insatisfação de não ter participado do encontro social.
“Fui deixado de fora, não fui nem mesmo convidado. Então, quem quer o nosso apoio, pelo menos o meu, devia no mínimo ter me convidado, porque era uma festa…”, disse. “Parece que era uma festa chamada festa-trabalho política. Passaram a noite toda, cada convidado tinha a oportunidade de dizer quais eram seus três candidatos, a pessoa não se incluía. Não se incluía por um certo constrangimento, mas no fundo deviam ter perguntado, porque tinha muita gente ali que queria dizer ‘olhe, eu não estou fora não, eu sou’. Mas sobre isso aí eu estou apenas fazendo um comentário”, declarou.

DEM
Ao falar sobre aliança futura com o DEM, presidido no Estado pelo senador José Agripino, Garibaldi não descartou, mas lembrou que cogitar dessa aliança hoje seria considerar o rompimento do PMDB com o governo Rosalba em vão. “Quem leu uma entrevista do senador Agripino viu que ele disse: Governo é com Rosalba e o partido é comigo. Então vamos aguardar os acontecimentos. Claro, como é que se vai? É se dar ao trabalho de cogitar uma aliança com o partido apoiando o governo, aí a nossa atitude, por exemplo, teria sido em vão. Eu não estou pregando o rompimento de Zé Agripino com Rosalba não, porque quem sabe é Zé Agripino e Rosalba”, disse o ministro.

Exaurindo candidatura própria, PMDB irá atrás de outros partidos
Ao justificar por que o PMDB deverá ter candidato a governador, o ministro Garibaldi ressaltou que qualquer pesquisa, hoje, mostra que o PMDB é “muito lembrado pela população”. “O PMDB tem 54 prefeitos, tem vice-prefeitos, tem vereadores, tem uma representação política expressiva”. Entretanto, para ele, exaurida a possibilidade de candidatura própria, não havendo candidato, o PMDB irá buscar candidato fora da legenda.
“Só se forem exauridas essas possibilidades, se elas forem exauridas, o partido terá que ir ao encontro daqueles que, hoje estão na oposição ao governo. Porque nós entramos assim, estamos debutando na oposição. Claro que nós não vamos fazer uma oposição radical”. Garibaldi afirmou que o PMDB não irá fazer oposição radical. Ele ressaltou, porém, o compromisso de se aliar àqueles que fazem oposição ao governo estadual.
Garibaldi lembra que o PMDB deixou o governo para se aliar à oposição. “Nós temos que ter em vista que nós deixamos, como o deputado Henrique disse muito bem, de nos inserirmos naquele projeto político da governadora e dos partidos que ainda estão com a governadora e passamos a ter um compromisso de nos aliarmos àqueles que têm um projeto de oposição a isso que aí está, que não deu certo, que não está dando certo”, contou.

VIABILIDADE
Para o ministro, entretanto, na busca por candidato, não se deve esquecer a viabilidade eleitoral do pretendente. “Claro, essa história de candidato próprio sem viabilidade também não dá, porque você quer ganhar a eleição e você pensar que vai poder”, disse, destacando que o nome não pode ser de todo desconhecido, e que é preciso tomar cuidado com os chamados “salvadores da pátria”, que vez ou outra aparecem nas eleições.
“O nome precisa ser conhecido e a população precisa amadurecer ele. E há também uma coisa que você precisa ter cuidado: é com os chamados salvadores da pátria. Os nomes que não têm experiência nenhuma, nunca passaram por nenhum teste, de repente diz que vai resolver os problemas, apresenta um plano que não é exatamente o planejamento. O que nós precisamos é de resolver os problemas do Rio grande do Norte”, ressaltou.

portaljh

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