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domingo, 20 de outubro de 2013

BRASIL - A musa do bicho entra na política

Dona de uma loja de lingeries e biquínis, a desinibida empresária Andressa Mendonça, 31 anos, não hesita em exibir seus atributos físicos para fazer propaganda dos produtos que vende (a foto acima está aí para provar isso). 

Andressa adora mesmo os holofotes. Casada com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, ela sempre fez questão de dar demonstrações explícitas de afeto. Ao visitar o marido na cadeia, costumava mimá-lo com afagos – diante dos próprios agentes penitenciários. Numa ocasião, enquanto o contraventor prestava depoimento, chamou a atenção dos policiais por passar longos minutos conferindo fotos em um tablet. Detalhe: eram sempre retratos dela própria, em situações das mais diversas. 

Vaidosa, bonita e dona de um corpão, Andressa agora quer entrar na política. Há alguns dias, filiou-se ao PSL de sua terra natal, Goiatuba, cidade a 150 km de Goiânia. Seu objetivo é candidatar-se a deputada federal em 2014. Mas a nova e surpreendente empreitada da “musa do bicho”, apelido que ganhou depois de casar com Cachoeira, não tem nada a ver com o apreço dela pelas câmeras de tevê. O que está por trás de sua candidatura é um plano elaborado pelo bicheiro para se reaproximar do centro do poder. 


Devastados pela divulgação das escutas da Operação Monte Carlo, parlamentares ligados a Cachoeira passaram os últimos dois anos no limbo político ou, como ele, na cadeira reservada aos réus. Sem poder contar com aliados de imagem já desgastada, o bicheiro quer voltar à cena política de Goiás para remontar sua bancada no Congresso. O trampolim para isso será a musa Andressa Mendonça. “Ela vai representar o eleitorado feminino, porque mostrou ser uma pessoa de fibra”, afirma o presidente do PSL de Goiás, Dário Paiva. Andressa será apresentada como empresária dedicada, uma assistente social meiga e uma mulher forte que enfrentou os dissabores de se casar com uma figura de vida polêmica.


Além de usar a mulher para chegar a Brasília, Cachoeira pretende aliar-se a siglas nanicas e, assim, ganhar musculatura para seu projeto. Ele já se aproximou do PMN e do novato Solidariedade. Sua meta é formar uma frente partidária de pelo menos seis legendas. A cada 170 mil votos conquistados, a frente fará um deputado federal. Fora da frente partidária das siglas nanicas, o PT de Goiás também mantém relações com o contraventor. O favorito para a vaga do Senado que será renovada no ano que vem é o prefeito de Anápolis, Antonio Gomide (PT), citado nas investigações da Operação Monte Carlo. O irmão de Gomide, o deputado Rubens Otoni (PT-GO), chegou a ser flagrado em vídeo negociando com Cachoeira apoio para sua campanha política. Gomide foi procurado pela reportagem de ISTOÉ, mas não quis dar entrevista.

istoé.com.br

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