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terça-feira, 15 de outubro de 2013

DEFATO - 'Caldeirão do diabo' atraiu organizações criminosas para o Rio Grande do Norte

A notícia de que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) atua no Rio Grande do Norte não traz novidades. Há tempo que a imprensa potiguar noticia o fato.

Agora, os detalhes descobertos e revelados pela investigação do Ministério Público de São Paulo, publicados pela chamada grande imprensa e repercutidos no “Fantástico” da Rede Globo, são assustadores.
Os promotores paulistas afirmaram que o nosso Estado abriga o quinto maior núcleo da organização criminosa comandada pelo elemento Marcos Camacho. São mais de 240 membros em terras potiguares, com 181 presos e outros 61 em liberdade.

O juiz Henrique Baltazar Vilar dos Santos, corregedor do sistema prisional do RN, confirma a presença do PCC no Estado e faz uma denúncia gravíssima: “Eles têm muito dinheiro, que abastece até integrantes da segurança pública.”

Já o titular da Segurança Pública e da Defesa Social, delegado Aldair Rocha, não é tão incisivo, porém admite que tem informações a respeito da presença da facção por conta do Presídio Federal de Mossoró.
Daí, nenhuma novidade.

Neste canto de página, há tempo que alertamos para a presença na cidade e no Estado dos maiores grupos criminosos do País, “importados” pelo chamado “Caldeirão do Diabo”.

Quando o presídio de sistema RDD foi anunciado, para receber os líderes de organizações criminosas, como Marcos Camacho, Fernandinho Beira-Mar, entre outros, foi dito e repetido neste canto de página que estavam atraindo para Mossoró os “negócios” das mais perigosas facções que atuavam a partir das grandes capitais do sul do País.

Na época, a sociedade pouco se importou. Uma reação aqui, outra acolá.

A então governadora Wilma de Faria (PSB) abriu as portas de Mossoró para o “caldeirão do diabo”, sendo esta a obra mais cara realizada na cidade em parceria com o governo Lula (PT).

Agora, a partir do núcleo fincado na terra de Santa Luzia, o crime organizado se espalhou no resto do Rio Grande do Norte e avançou para Estados vizinhos, principalmente o Ceará.

O sistema de segurança pública, que há anos perdeu a guerra contra o crime organizado local, tem pela frente a difícil e amarga missão de enfrentar as grandes facções, como a PCC. Pior para a sociedade, que assiste, atemorizada, o crime avançar em todo o Estado, principalmente o tráfico de drogas, que abrevia vidas e motiva outros crimes.

O Rio Grande do Norte era para ter se armado contra a construção do presídio federal; não o fez. Agora, resta pelo menos responsabilizar os culpados por essa chaga.

defato.com

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