A notícia de que a facção criminosa Primeiro Comando da
Capital (PCC) atua no Rio Grande do Norte não traz novidades. Há tempo que a
imprensa potiguar noticia o fato.
Agora, os detalhes descobertos e revelados pela
investigação do Ministério Público de São Paulo, publicados pela chamada grande
imprensa e repercutidos no “Fantástico” da Rede Globo, são assustadores.
Os promotores paulistas afirmaram que o nosso Estado
abriga o quinto maior núcleo da organização criminosa comandada pelo elemento
Marcos Camacho. São mais de 240 membros em terras potiguares, com 181 presos e
outros 61 em liberdade.
O juiz Henrique Baltazar Vilar dos Santos, corregedor do
sistema prisional do RN, confirma a presença do PCC no Estado e faz uma
denúncia gravíssima: “Eles têm muito dinheiro, que abastece até integrantes da
segurança pública.”
Já o titular da Segurança Pública e da Defesa Social,
delegado Aldair Rocha, não é tão incisivo, porém admite que tem informações a
respeito da presença da facção por conta do Presídio Federal de Mossoró.
Daí, nenhuma novidade.
Neste canto de página, há tempo que alertamos para a
presença na cidade e no Estado dos maiores grupos criminosos do País,
“importados” pelo chamado “Caldeirão do Diabo”.
Quando o presídio de sistema RDD foi anunciado, para
receber os líderes de organizações criminosas, como Marcos Camacho, Fernandinho
Beira-Mar, entre outros, foi dito e repetido neste canto de página que estavam
atraindo para Mossoró os “negócios” das mais perigosas facções que atuavam a
partir das grandes capitais do sul do País.
Na época, a sociedade pouco se importou. Uma reação aqui,
outra acolá.
A então governadora Wilma de Faria (PSB) abriu as portas
de Mossoró para o “caldeirão do diabo”, sendo esta a obra mais cara realizada
na cidade em parceria com o governo Lula (PT).
Agora, a partir do núcleo fincado na terra de Santa
Luzia, o crime organizado se espalhou no resto do Rio Grande do Norte e avançou
para Estados vizinhos, principalmente o Ceará.
O sistema de segurança pública, que há anos perdeu a
guerra contra o crime organizado local, tem pela frente a difícil e amarga
missão de enfrentar as grandes facções, como a PCC. Pior para a sociedade, que
assiste, atemorizada, o crime avançar em todo o Estado, principalmente o
tráfico de drogas, que abrevia vidas e motiva outros crimes.
O Rio Grande do Norte era para ter se armado contra a
construção do presídio federal; não o fez. Agora, resta pelo menos
responsabilizar os culpados por essa chaga.
defato.com
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