A taxa de mortalidade infantil no Rio Grande do Norte
caiu 78,9% entre 1990 e 2012, de acordo com os dados do Ministério da Saúde. Em
1990, o Estado registrou 76 mortes de crianças menores de 1 ano a cada mil
nascidos vivos e, em 2012, a taxa foi de 16 mortes a cada mil nascidos vivos,
apresentando-se como o 5º estado do Nordeste com maior redução da mortalidade
infantil. Entre os estados com maior redução, estão: Alagoas, onde a queda foi
de 84% e Ceará, onde o índice diminuiu (82%).
Fatores como a expansão da Estratégia Saúde da Família (ESF), com intervenções
voltadas para as crianças, como o controle da Infecção Respiratória Aguda
(reduzindo internações e mortes por pneumonias), atenção às diarreias, estímulo
ao aleitamento materno, ações de planejamento reprodutivo, acompanhamento do
Crescimento e Desenvolvimento, Vacinação, Vigilância Nutricional e, mais
recentemente, o programa Bolsa Família, influenciaram diretamente para que
esses indicadores sofressem considerável impacto nos últimos anos.
No entanto, a mortalidade neonatal, que corresponde às mortes ocorridas nos
primeiros 28 dias de vida do bebê, também teve queda, ainda que um pouco menor,
passando de 29 mortes a cada mil nascidos vivos em 1990 para 11 mortes a cada
mil nascidos vivos em 2012, o que corresponde a uma diminuição de 62,0%, menor
que a taxa nacional que é de 67,8%. As ações citadas, anteriormente, não causam
impacto nesse grupo de risco, já que as principais causas de óbitos nos menores
de 28 dias são as afecções originadas no período perinatal (81,0%), ou seja,
entre as 22 semanas completas da gestação até os 7 dias após o nascimento,
seguida pelas más formações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas.
Causas evitáveis em 81% dos
óbitos neonatais
No Rio Grande do Norte, em 2012, 81,3% dos óbitos de
crianças menores de 28 dias ocorreram por causa evitáveis, sendo 44,0%
relacionado à adequada atenção à gestação, seguido pela também adequada atenção
ao recém-nascido (37%), atenção ao parto (18,0%) e ações de prevenção, diagnóstico
e tratamentos precoces. Além desses fatores, a mortalidade infantil também está
associada à educação, ao padrão de renda familiar, ao acesso aos serviços de
saúde e ao grau de informação das mães.
A subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde
Pública, Stella Rosa de Sousa Leal, esclarece que tanto Estado quanto
municípios devem implantar e manter ações constantes de impacto à redução da
mortalidade neonatal. Neste sentido, a Sesap vem desenvolvendo ações voltadas
para atenção ao pré-natal como a garantia de todos os exames necessários à
gestante através da Rede Cegonha, vinculação da gestante ao local do parto e
direito a sete ou mais consultas de pré-natal, além de ações de atenção ao
parto como: referência da gestante para o pré-natal e parto de alto risco em
todo o Estado, parto humanizado e direito ao acompanhante. No Estado, quatro
regiões de saúde possuem a Rede Cegonha e outras quatro estão em fase de
implantação.
omossoroense
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