Responsável pelo pagamento de benefícios como Bolsa
Família, Auxílio-Desemprego, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),
prêmios das loterias, além de análise dos dossiês das famílias de baixa renda
sorteadas com imóveis do Minha Casa Minha Vida, a Caixa Econômica Federal
chegará segunda-feira ao 26º dia de greve em alguns Estados brasileiros.
Levantamento feito pela Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) mostra que a greve dos funcionários
da Caixa, iniciada no final de setembro, ainda perdura sete estados: Rio Grande
do Norte, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Paraíba, Sergipe e Alagoas. Sindicatos
ligados a Conlutas acrescentaram mais alguns: Maranhão, Santa Catarina, Mato
Grosso e Pará.
O levantamento mostra ainda que a greve é geral em dois bancos cujo foco
de atuação é direcionado ao desenvolvimento regional: o Banco do Nordeste (BNB)
e Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul).
No Rio Grande do Norte, os bancários da rede privada decidiram, na assembleia
de sexta-feira à noite (11), acatar a proposta de reajuste salarial apresentada
pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e voltam ao trabalho amanhã (14).
Já os bancários do Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco do Nordeste
realizam assembleia no final da tarde da segunda-feira para decidir o futuro do
movimento.
A tendência é que voltem ao trabalho na terça-feira, dia 15, uma vez que o
impasse sobre as reivindicações salariais foi solucionado e a proposta dos
patrões aceitas pela categoria. Nas redes sociais, uma pergunta vem sendo feita
desde o final da noite da última sexta-feira, quando foram encerradas as
assembleias dos bancários de norte a sul do País: “Por que os bancários
da rede pública não seguiram o caminho dos trabalhadores da rede privada e
mantiveram a greve?”
Segundo Marta Turra, coordenadora geral do Sindicato dos Bancários do RN, questões
específicas, como o pagamento integral de horas extras e dos dias parados, além
da contratação de mais servidores para atuar nos bancos públicos, foram os
motivos. “Não tivemos garantias em relação a isso."
À TN Online, ela previu que a
greve será encerrada amanhã e que Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste
abrirão normalmente na terça-feira. “Nossa luta pela ampliação do quadro de
pessoal nos bancos públicos vai continuar em outras frentes. O Banco do Brasil
já acenou com a contratação de 3 mil trabalhadores, o que achamos muito pouco
para atender às demandas. No caso da Caixa Econômica, nem isso. Temos
consciência de que o grande problema dos bancos públicos, hoje, é a falta de
pessoal. Se nos dessem a opção, trocaríamos o reajuste salarial pela
contratação de mais pessoal para atender ao público”, disse Turra, que é
funcionária da Caixa Econômica.
Depósitos
Desde a semana passada, os clientes dos bancos em greve vêm reclamando das
dificuldades para fazer depósitos em cheque ou dinheiro nas agências da Caixa
Econômica e do Banco do Brasil em Natal. Além da falta de envelopes, eles dizem
que foram desativadas as opções "depósito" e "pagamento em
dinheiro" nas máquinas de autoatendimento
Dono de um pequeno comércio de confecções - fardamentos para
microempresas -, Daniel Gurgel é um dos prejudicados. Ele recebeu um cheque de
um cliente na quarta-feira da semana passada e até ontem (sábado) tentava
depositá-lo numa conta que mantém na CEF. Já perambulou por agências na Cidade
Alta, Ribeira, Petrópolis e Parnamirim, mas em todas elas não há opção de
depósito.
O Procon já aplicou multas nos bancos, mas o problema não foi resolvido. Na
manhã deste domingo, a TN Online visitou algumas agências. A opção nos
caixas eletrônicos permanecia desativada. "No Banco do Brasil, 222
funcionários não aderiram à greve. Se o banco quisesse, teria como manter esse
serviço, mas as prioridades deles são outras", disse Marta Turra.
Proposta da Fenaban
Reajuste: 8,0% (1,82% de aumento
real)
Pisos
Reajuste de 8,5% (ganho real de 2,29%)
Piso de portaria após 90 dias
R$ 1.148,97
Piso de escriturário após 90 dias
R$ 1.648,12
Piso de caixa após 90 dias
R$ 2.229,05 (que inclui R$ 394,42 de gratificação de caixa e R$ 186,51 de
outras verbas de caixa)
PLR regra básica
90% do salário mais valor fixo de R$ 1.694,00 (reajuste de 10%), limitado a R$
9.087,49
LR parcela adicional
Aumento de 2% para 2,2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a
R$ 3.388,00 (10% de reajuste).
Auxílio-refeição
De R$ 21,46 para R$ 23,18 por dia
Cesta-alimentação
De R$ 367,92 para R$ 397,36
13ª cesta-alimentação
De R$ 367,92 para R$ 397,36
Auxílio-creche/babá
De R$ 306,21 para R$ 330,71 (para filhos até 71 meses) e de R$ 261,95 para R$
282,91(para filhos até 83 meses)
Novidades
Abono-assiduidade
1 dia de folga remunerada por ano
Vale-cultura
R$ 50,00 mensais para quem ganha até 5 salários mínimos
TN
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