A participação do Rio Grande do Norte na soma das
riquezas produzidas pelo Nordeste subiu de 6,1% para 6,7% entre 2002 e 2011.
Apesar do avanço, o RN, que tem o quinto maior Produto Interno Bruto (PIB) do
Nordeste, ainda figura na lista dos dez estados com menor participação no PIB
nacional (0,9%).
Pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) mostra que o RN fechou o ano de 2011 com um PIB de R$ 36,1 bilhões - um
crescimento de R$195,5%, considerando o ano de 2002. No Nordeste, quatro
estados registraram incremento maior: Maranhão, Piauí, Ceará e Pernambuco, que
fechou 2011 com um PIB de R$ 104,3 bilhões - o segundo maior da Região.
ara Aldemir Freire, economista e chefe do IBGE no RN, é
natural que o RN esteja entre os estados com menor participação no bolo, a
nível nacional. “Alguns setores da economia potiguar ainda são muito frágeis,
como por exemplo, a indústria de transformação. É só ir ao supermercado para
perceber. Mais de 90% dos produtos encontrados nas prateleiras não são
produzidos no RN”.
Segundo ele, a economia do RN nunca se igualará à de estados como Bahia, Ceará
e Pernambuco. “Eles têm uma população muito maior que a nossa. Enquanto o RN
tem um pouco mais de 3 milhões de habitantes, Pernambuco tem quase 9 milhões,
Ceará tem 8,5 milhões e Bahia tem 14 milhões”, compara.
Atividades
Além disso, a economia do RN é pouco diversificada, o que, segundo Aldemir,
ajuda a explicar a posição do estado no ranking nacional. “A participação da
administração pública e da indústria extrativa (petróleo e gás) no PIB do
estado é muito alta. Só para se ter ideia, um em cada quatro reais que entra na
economia do RN vem do setor público”, esclarece o economista.
A participação do setor público no PIB do estado em 2011 ficou em torno de 25%.
Em alguns municípios do estado, o percentual ultrapassa os 50%. No Brasil, ela
não chega nem aos 14%. “Isso demonstra a fragilidade da nossa economia”, diz.
O economista aponta saídas para aumentar a participação do RN no PIB do país e
diz enxergar uma evolução no cenário nacional. “O PIB brasileiro passa por um
processo de desconcentração. Entre 1995 e 2011, o Nordeste aumentou sua
participação no PIB nacional em 1,4 pontos percentuais, enquanto o Sudeste caiu
quase 4 pontos. Isso é resultado da combinação entre programas de transferência
de renda, políticas sociais e chegada de novos investimentos”, analisa.
Segundo Aldemir, para se beneficiar desse processo de desconcentração, o Rio
Grande do Norte precisaria fortalecer sua indústria.Estados com PIB mais
robusto, afirma o economista, têm chances maiores de gerar empregos, renda e
impostos, já que o indicador reflete a dinâmica da economia local.
nominuto.com
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