Mais um policial militar foi vítima de atentado à bala na
Região Metropolitana de Natal. Com isso, já são quatro profissionais atacados
em apenas nove dias, com dois feridos no Estado. Desta vez, o ataque aconteceu
ontem em uma rua de Parnamirim, quando um soldado lotado no 3º Batalhão da PM
foi abordado por uma dupla em motocicleta, que efetuou vários disparos contra
ele e fugiu em seguida. Todas as vítimas estavam de folga quando foram
atacadas.
A vítima, identificado apenas como soldado Ferreira,
estava de folga, assim como os outros três militares atacados nos últimos dias
e revelou que há uma quadrilha empenhada em executar policiais militares no Rio
Grande do Norte. Ele disse que os homens que tentaram matá-lo são conhecidos
pelos apelidos de “Caveira” e “Gringo” e que eles seriam os chefes do grupo
criminoso.
“Inclusive, descobrimos que eles estão montando uma
quadrilha e, para fortalecer o grau de periculosidade do bando, estão
planejando a morte de alguns policiais”, afirmou ao site de notícias Portal BO.
Apesar dos tiros em sua direção, que acertaram a cabine do caminhão, Ferreira
não foi atingido. Ele comunicou o caso a Polícia Civil ainda hoje, para dar
início às investigações.
Ele foi o quarto policial militar atacado no período de
folga nos últimos nove dias na Região Metropolitana. Na última quinta-feira,
dois soldados, lotados no Pelotão de Touros e no Batalhão de Polícia de Choque
(BP Choque), também foram alvos de criminosos quando passavam de motocicleta
pela rodovia estadual RN-160, no município de São Gonçalo do Amarante. Um deles
ficou ferido de raspão no pescoço e, dois dias antes, outro policial do BP
Choque foi baleado quatro vezes após reagir a um assalto, também em São
Gonçalo.
Na ocasião, policiais do 4º BPM saíram em diligências e
conseguiram interceptar os bandidos na BR-101 próximo à saída para Extremoz,
onde houve troca de tiros e um dos criminosos morreu. Os outros três que
participaram do ataque conseguiram fugir, após abandonar o comparsa agonizando
dentro do veículo usado na tentativa de assalto, um Fiat Uno. O soldado Roberto
Ribeiro foi socorrido para o Hospital Walfredo Gurgel.
Já os dois soldados atacados na RN-160, Nidson Garcia
Pinheiro e Pedro Enilson de Araújo, afirmaram que os bandidos atiraram para
matá-los, já que todos os disparos foram em direção às suas cabeças. Na
confusão, Garcia acabou sendo atingido de raspão no pescoço, foi socorrido e
liberado. A principal suspeita é que os criminosos realmente sabiam da
profissão das vítimas e teriam atirado contra eles com a intenção de matá-los.
E, apesar das buscas, ninguém foi preso.
Comandante desconhece grupo
de extermínio
Questionado sobre a denúncia do soldado Ferreira, o
comandante geral da Polícia Militar, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva,
disse que desconhece a existência de um grupo criminoso específico para
executar policiais militares no Estado e que todos os casos são remetidos à
Polícia Civil, para investigação. Ele disse ainda que todas as vítimas estavam
de folga, apenas o militar baleado ontem durante uma tentativa de prisão,
próximo ao Viaduto do Baldo, estava trabalhando.
“Desconheço, por enquanto, que exista uma situação
dessas, mas como todos os casos são repassados para a Civil, vamos aguardar o
desenrolar das investigações para descobrirmos se realmente isso está
acontecendo no Rio Grande do Norte. Por enquanto, o que sabemos é que os quatro
policiais atacados nestes nove dias em Parnamirim e São Gonçalo do Amarante
estavam de folga”, explicou.
O militar ferido ontem, soldado Alexandre Dionísio, foi
atacado a tiros quando tentou efetuar a prisão de três homens que tinham
acabado de assaltar um estabelecimento comercial próximo ao Baldo. Um dos
suspeitos reagiu e feriu o militar de raspão no braço. Ele foi socorrido e após
ser atendido, foi liberado. Os bandidos fugiram em direção à comunidade Paço da
Pátria, na zona Leste de Natal.
De acordo com dados da Associação dos Cabos e Soldados da
Polícia Militar (ACS-PM/RN), este ano já são 17 casos de policiais feridos no
Estado, o que significa o aumento de 54% em relação ao ano passado, quando
foram registrados 11 casos. Este ano, até agora, também foram registrados seis
casos de policiais militares assassinados. No ano passado inteiro, foram nove
mortes. “Infelizmente, a violência contra policiais continua e parece que nada
é feito de efetivo para reverter esse quadro. A categoria lamenta a falta de
empenho nas investigações de casos de policiais que são vitimados”, desabafou o
presidente da ACS-PM/RN, Roberto Campos.
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