Estima-se que 12 milhões de brasileiros tenham diabetes,
mas metade deles não sabe disso
Ela começa de forma silenciosa, quase sem sintomas, mas é
muito perigosa. E cada vez atinge um número maior de pessoas, devido ao estilo
de vida comum do mundo moderno que combina sedentarismo com má alimentação.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), quase 250 milhões de pessoas ao
redor do globo têm diabetes e, como esse número vem crescendo, a instituição já
classifica a doença como uma epidemia. A cada ano, sete milhões de indivíduos
entram nessa lista.
No Brasil, a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) estima que 12 milhões de
pessoas tenham a doença, sendo que metade delas não sabe disso.
Para conscientizar a população sobre a importância de se fazer exames de sangue
para o diagnóstico do problema e, em caso positivo, se tratar, no dia 14 de novembro
celebra-se o Dia Mundial do Diabetes. Ao redor do mundo, monumentos, prédios
públicos e empresas são iluminados na cor azul para marcar a data. Aqui no
Brasil várias associações médicas e de pacientes estão promovendo ações como
exames gratuitos, distribuição de cartilhas informativas e alimentos saudáveis.
Uma lista com a programação principal está disponível no site Dia Mundial do Diabetes.
Mais sobre a doença
O diabetes fica caracterizado quando a chamada glicemia – a taxa de açúcar no
sangue – é alta demais (a partir de 126mg/dl em jejum). “Isso pode
acontecer porque o pâncreas não é capaz de produzir quantidade suficiente de
insulina ou porque a insulina não é bem absorvida pelo corpo”, explica o
endocrinologista Felipe Gaia, consultor do laboratório Salomão Zoppi. A
insulina é o hormônio responsável pela entrada do açúcar nas células.
A doença é classificada como sendo do tipo 1 ou 2. O tipo 1 não pode ser
evitada: é uma doença autoimune que, em geral, se manifesta até os 35 anos,
quando o pâncreas perde sua capacidade de produzir insulina. Já no caso do
diabetes tipo 2, a maior parte dos casos poderia ser evitada com a prática
regular de atividade física e uma alimentação saudável. “E em 90% dos pacientes
o diabetes é a do tipo 2”, diz a endocrinologista Denise Franco, diretora da
Associação Diabetes Brasil.
Independentemente do tipo de diabetes que a pessoa tem, o importante é se
cuidar desde cedo, mesmo que não tenha sintomas, para não agravar o quadro e
evitar as temidas complicações, pois a doença pode levar à cegueira, falência
renal, problemas circulatórios e infarto. “A educação é muito importante:
o paciente precisa entender por que precisa cuidar da alimentação, fazer exercícios,
tomar remédio”, afirma Franco.
“Temos um estudo mostrando que 27% dos pacientes param a
medicação ainda na primeira caixa. Veja, estamos falando de pessoas com acesso
a medicamentos. Isso só acontece porque elas não entenderam a gravidade do diabetes”,
acrescenta.
Outra informação importante, defende Franco, é que o diabetes não tem cura,
portanto, o tratamento é para a vida toda. Mas isso não significa o fim do
prazer à mesa: se o paciente conseguir controlar bem seus índices de glicemia
com hábitos saudáveis, pode ter uma vida praticamente normal.
“A regra de ter uma alimentação colorida, variada, com
pouco açúcar e gordura, vale para todo mundo. Então, se o diabético conseguir
organizar sua dieta, vai comer de forma muito semelhante às outras pessoas”,
afirma a endocrinologista.
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