A manifestação pelo direito de fazer topless, marcada
nas redes sociais para este sábado, contou com apoio reduzido por parte das
mulheres em um dia nublado na praia de Ipanema, Zona Sul do Rio. A concentração
maior no local ficou mesmo por conta dos paparazzi e curiosos. Apenas um
pequeno grupo aderiu ao movimento, sendo imediatamente cercadas, cada uma, por
dezenas de repórteres e curiosos.
Uma das manifestantes, a estudante Carolina Jovino, de 19
anos, disse ter ficado com medo da reação de alguns homens. Enquanto apoiadores
gritavam “sem moralismo”, vendedores ambulantes e curiosos faziam comentários
machistas e piadas de baixo calão. Outros, entre piadas de incentivo e
comentários agressivos, diziam que outras mulheres, inclusive repórteres,
deveriam também tirar a roupa. Até guardas municipais foram flagrados com
piadinhas para as integrantes do protesto.
Ana Paula Nogueira, de 34 anos, Com a prótese de silicone
desnuda e brilhante com purpurina, disse esperar que aos poucos o topless se torne mais natural. A cineasta
disse a jornalistas que costuma fazer topless normalmente no exterior, como em Cuba
ou na França.
– Se ninguém fizer, não vai melhorar – previu.
A veterana Olga Solon, de 73 anos, também soube do
protesto pela mídia e participou do movimento. Olga posou para fotos sem blusa
acompanhada pelo marido francês, mas logo colocou a roupa. Os dois moram há
quatro anos no Arquipélago de Açores, em Portugal, e estão na cidade para as festas
de fim de ano. Olga disse estar acostumada com o topless na Europa.
– Só acho que as minhas filhas (de 51 e 53 anos) não vão
gostar muito quando virem as fotos. Elas são um pouquinho conservadoras –
sorriu.
Alguns homens também resolveram apoiar a manifestação e
pintaram seios em seus corpos. Rennan Carmo, de 18 anos, pegou o biquíni da mãe
e, junto com um amigo, vestiu a parte de cima.
– Na nossa sociedade atual topless não é normal, como a
gente esta vendo aqui – protestou.
O toplessaço, como ficou conhecido o
protesto, teve mais de 8 mil adesões em página criada no Facebook
convocando ao protesto, no primeiro dia do verão, que começou oficialmente às
15h11 deste sábado. O movimento foi criado em reação a um episódio ocorrido no
Arpoador, onde guardas repreenderam a atriz Cristina Flores por posar sem blusa
para um catálogo de uma peça de teatro e foi obrigada a vestir a blusa.
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