No último fim de semana, imagens fortes de uma briga
envolvendo torcidas organizadas de Atlético-PR e Vasco chocaram o Brasil e o
mundo, e mostraram a selvageria que a intolerância é capaz de causar.
Em Natal,
uma história emocionante surge como um bom exemplo para mostrar que a união
através do futebol ainda pode ser uma esperança de dias melhores. É o caso de
Arthur e da família Andrade.
Arthur Henrique tem apenas nove anos de idade. Não anda e
nem enxerga, consequência de uma paralisia cerebral. Mesmo com estas
limitações, o garoto encanta a todos com a sua paixão pelo futebol e pelo ABC,
em especial.
- Vou empurrar ele para Série A. Vamos empurrar, vamos
empurrar, meu ABC para a Série A. Sua história é tradição - canta um animado
Arthur. O menino é apaixonado pelo alvinegro natalense, e a
deficiência não o impede de acompanhar o clube seja ouvindo pela TV, ou pelo
rádio. A mãe dele só tem a agradecer, pois foi através do esporte que o menino
melhorou sua comunicação.
- O futebol foi uma das coisas que ajudou Arthur a falar.
Com a deficiência dele, ele tinha dificuldade em se comunicar, em falar. Mas, a
partir do momento que ele começou a ouvir as rádios com os locutores
comentando, ele melhorou bastante. Ajudou muito - conta Valessia Andrade, mãe do
garoto.
A história de Arthur já seria emocionante se acabasse
assim, mas o que chama atenção na casa da família Andrade é que o pai do menino
torce pelo maior rival, o América-RN.
- A gente tem que aprender a separar e administrar esse
amor que a gente tem por times diferentes. Na verdade, precisamos ceder.
Vivemos em um mundo onde nós precisamos a cada dia abdicar de algumas coisas
para que possamos fazer nossos filhos felizes - afirma Rogério Andrade, pai de
Arthur.
Muitos podem não entender a paixão de Arthur, mas para
ele o que importa é o grito de gol, e toda a imaginação que faz parte do
esporte.
- A gente precisa tratá-lo como uma criança normal que
ele é, apenas respeitando as limitações dele - finalizou o pai.
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