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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

ESPORTE - Em Natal, criança com paralisia vence limitações por paixão pelo ABC

Arthur é torcedor do ABC, já seu pai torce para o América-RN (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)No último fim de semana, imagens fortes de uma briga envolvendo torcidas organizadas de Atlético-PR e Vasco chocaram o Brasil e o mundo, e mostraram a selvageria que a intolerância é capaz de causar. 

Em Natal, uma história emocionante surge como um bom exemplo para mostrar que a união através do futebol ainda pode ser uma esperança de dias melhores. É o caso de Arthur e da família Andrade.

Arthur Henrique tem apenas nove anos de idade. Não anda e nem enxerga, consequência de uma paralisia cerebral. Mesmo com estas limitações, o garoto encanta a todos com a sua paixão pelo futebol e pelo ABC, em especial. 

- Vou empurrar ele para Série A. Vamos empurrar, vamos empurrar, meu ABC para a Série A. Sua história é tradição - canta um animado Arthur. O menino é apaixonado pelo alvinegro natalense, e a deficiência não o impede de acompanhar o clube seja ouvindo pela TV, ou pelo rádio. A mãe dele só tem a agradecer, pois foi através do esporte que o menino melhorou sua comunicação. 

- O futebol foi uma das coisas que ajudou Arthur a falar. Com a deficiência dele, ele tinha dificuldade em se comunicar, em falar. Mas, a partir do momento que ele começou a ouvir as rádios com os locutores comentando, ele melhorou bastante. Ajudou muito - conta Valessia Andrade, mãe do garoto.

A história de Arthur já seria emocionante se acabasse assim, mas o que chama atenção na casa da família Andrade é que o pai do menino torce pelo maior rival, o América-RN.

- A gente tem que aprender a separar e administrar esse amor que a gente tem por times diferentes. Na verdade, precisamos ceder. Vivemos em um mundo onde nós precisamos a cada dia abdicar de algumas coisas para que possamos fazer nossos filhos felizes - afirma Rogério Andrade, pai de Arthur. 

Muitos podem não entender a paixão de Arthur, mas para ele o que importa é o grito de gol, e toda a imaginação que faz parte do esporte. 

- A gente precisa tratá-lo como uma criança normal que ele é, apenas respeitando as limitações dele - finalizou o pai.

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